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Dez grandes estrelas da década

Muito mais do que 'one hit wonders', são estrelas em todos os planos.

Dez grandes estrelas da década

Estamos no último mês da década dos 2010s, altura certa para iniciarmos uma série de balanços sobre este decénio. O sublinhado a dez das grandes estrelas desta dezena de anos é o primeiro ângulo que escolhemos.

Projeção nas redes sociais, vendas, impacto ao vivo, prémios, a atração mediática ou até a transversalidade sociopolítica são alguns dos parâmetros desta seleção que é, obviamente, subjetiva. 

Adele
No final da década passada, discutia-se quem seria a sucessora de Amy Winehouse. Há pouco mais de dez anos, dava-se a pole position a Duffy, à frente de Adele. Mas quem se agigantou nesta década foi mesmo Adele. Esta foi uma década em que não se compraram muitos discos físicos, exceto se fossem dela - e de poucos mais. Por exemplo, o terceiro e mais recente álbum de Adele, "25", vendeu mais de 20 milhões de cópias. Conquistou as dez platinas no Reino Unido e o disco de diamante nos Estados Unidos (mais de 9 milhões de cópias vendidas). Mas Adele também foi a rainha de vendas digitais, onde registou o seu nome no livro de recordes do Guiness por várias vezes: foi dela o álbum que mais vendeu nos mercados dos Estados Unidos e do Reino Unido; foi a primeira mulher alcançar a marca do milhão de vendas no mercado norte-americano; e é dela o primeiro vídeo a alcançar o bilião de visionamentos no YouTube.  

A cantora inglesa foi também uma papa-troféus nesta década, com 13 Grammys totalizados ao longo da década, com a ajuda de duas noites gloriosas, nas cerimónias de 2012 e de 2017, que renderam plenos no trio de categorias mais importantes: Álbum do Ano, Canção do Ano, Gravação do Ano. Totalizou oito Brits. E nem o Óscar lhe escapou, na categoria de Melhor Canção Original pelo tema do filme de James Bond, Skyfall.

Diziam que o seu calcanhar de Aquiles era o palco e que não gostava de atuar. Mas quando se fez à estrada, de fevereiro de 2016 a junho de 2017, Adele atraiu na sua digressão mundial um total de quase dois milhões e meio de espectadores, número para o qual contribuíram os públicos que lotaram a Altice Arena de Lisboa em duas noites seguidas. E mostrou um à-vontade e destemor nada típicos de quem se dizia ter stagefright, a tal fobia de palco. Adele não teve medo de nada.

 

Beyoncé
Pertence à realeza desta década e é dela o trono de rainha do r&b. As salas da sua mansão devem ser neste momento um museu de prémios. Brilham douradamente nas prateleiras 13 Grammys, seis deles a sobrecarregar as duas mãos na noite de 31 de janeiro de 2010, incluindo na categoria de Canção do Ano, graças a 'Single Ladies (Put a Ring on It)'. Dos 17 MTV VMAs amealhados ao longo da década, oito foram ganhos na cerimónia de 2016, um deles o ambicionado Vídeo do Ano, por 'Formation'.

A sua popularidade sente-se nas redes sociais. Só no Instagram, tem 134 milhões de seguidores. Nos encaixes financeiros das suas poderosas digressões ao vivo, aparece sempre nas listas dos mais felizardos, como na Pollstar (especializada em música ao vivo) ou na Forbes (focada em negócios e em economia). E as vendas dos discos são igualmente fulgurantes: "Lemonade" foi o álbum que mais vendeu em 2016 em todo o mundo, algo como 2,5 milhões de unidades. 

 

Ed Sheeran
Deve ser o ruivo mais popular do planeta. Os números dizem que sim. 'Shape of You' é o single com mais vendas digitais de sempre: mais de 40 milhões de registos a favor da aquisição da canção. E no plano ao vivo, a digressão mais rentável de sempre é sua, falamos da ÷ Tour, com um acumulado de 775,046,937 de dólares (mais de 700 milhões de euros) e uma média de 45 mil espetadores por concerto, num itinerário com paragem por duas noites seguidas, de lotação esgotada, no Estádio da Luz, em Lisboa.

O seu ar humilde tem uma humanidade em que o mundo se identifica. Mas não é só o ar. Ed Sheeran pôe no terreno a sua humanidade, das ruas de Inglaterra às favelas de África. E dá o rosto por uma série de campanhas humanitárias, talvez a mais notória delas o combate ao ébola. 

 

Justin Bieber
"Falem de mim, mesmo que bem", este parece ser o lema da vida de Justin Bieber, que não parece temer a publicidade negativa. O espalhafato de menino mal comportado inclui episódios como atirar ovos ao vizinho, cuspidelas e supostas agressões. O seu egocentrismo também causou irritações quando, por exemplo, assinou o livro de presenças na casa da Anne Frank, em Amesterdão, com o seguinte comentário sobre a adolescente judia morta pelos nazis: "tenho esperança de que pudesse ter sido uma belieber" se tivesse vivido neste tempo. Mas também é notícia pela sua vida amorosa, desde a relação intermitente com Selena Gomez ao casamento com a modelo Hailey Baldwin. E cada tatuagem nova merece mais uma manchete.  

Este mediatismo produz resultados: é a segunda figura musical mais seguida no Twitter, com 107 milhões de seguidores. E amealha uns bons trocos com o sucesso comercial dos seus discos. Aquele que é ainda o seu último álbum, "Purpose", já vendeu mais de cinco milhões de cópias em todo o mundo e garantiu-lhe a liderança do top norte-americano e das tabelas de, pelo menos, mais dez países.

 

Kanye West
Esta foi mais uma década em que o hip hop cresceu. Um dos que fez mais por isso foi Kanye West, que se distinguiu não só pela sua enorme produção de música, como também pelas polémicas que provocou. Depois de ter tirado a fala a Taylor Swift em 2009, voltou a atrapalhar um discurso de um premiado neste decénio, quando Beck recebeu o Grammy de Melhor Álbum. E teve momentos de tragicomédia, quando Kanye West, enchido pelo seu ego, mandou parar um concerto na Austrália porque não aguentava ver um espectador seu sentado, exigindo que se levantasse. O que Kanye West não sabia era que o espectador não se podia levantar porque era um deficiente de cadeira de rodas.

Considerado "uma das cem pessoas mais influentes" pela revista Time em 2015, Kanye West foi recebido na Casa Branca por Donald Trump de que é apoiante. Kanye West está tão importante que o Carpool Karaoke com ele teve que ser a bordo de um avião, obrigando pela primeira vez o entrevistador James Corden a ir sentado na posição de passageiro.   

A ligação amorosa com Kim Kardashian a partir de 2012 fez da sua vida privada uma vida pública 24 horas por dia, o que aumentou ainda mais o seu estatuto de celebridade. Mas Kanye West é adorado também pelo seu talento musical. A crítica musical venera-o. O seu álbum "Yeezus" foi considerado o melhor álbum de 2013 por parte substancial da imprensa, do Guardian à Time, da Spin à Blitz, do Entertainment Weekly à Stereogum. Mas com outros álbuns seus como "My Beautiful Dark Twisted Fantasy" (de 2010), considerado pela Billboard como o Melhor Álbum da Década, o cenário nunca foi muito diferente. Até uma ópera, Kanye West já faz.  

 

Katy Perry
É a figura da música com mais seguidores no Twitter, um total de 108 milhões. E há pouco mais de um ano, a Forbes chegou à conclusão de que Katy Perry é a artista feminina mais bem paga, tendo ganho num espaço de 12 meses qualquer coisa como 73 de milhões de euros.

A sua ação vai muito além das suas canções pop. Foi júri do American Idol em 2018 e tem sido uma ativista política, tendo apoiado de forma muito dedicada a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton. Defende os casamentos gay no seu país, e em situações mais dramáticas noutros países também tem uma palavra a dizer - quando atuou no Rio de Janeiro pouco tempo depois do assassinato de Marielle Franco, a cantora fez um tributo à vereadora carioca, ao lado da irmã e da filha.

As suas relações pessoais, boas ou más, também lhe deram títulos de imprensa. A rivalidade com Taylor Swift e a amizade com Rihanna foram proveitosas. Já a montanha russa da sua vida amorosa - Russell Brand, John Mayer ou Orlando Bloom - deu mais jeito à imprensa cor-de-rosa.

Nos mandamentos para o estrelato, Katy Perry já cumpriu um dos rituais: o Halftime Show do Super Bowl, que aconteceu em 2015.  

 

Lady Gaga  
É uma vencedora. Subiu aos palanques para receber prémios como nós bebemos um café. Só para terem uma ideia, nestes 2010s ganhou dez MTV VMAs (só em 2010, levou para casa sete astronautas dourados, incluindo o prémio mais desejado de Melhor Vídeo), Nove MTV EMAs (incluindo a estatueta de Melhor Vídeo por Born This Way), nove Grammys (embora em nenhuma das categorias mais desejadas) e três Brits (na condição de forasteira). Mas Lady Gaga também teve que fazer discursos nas maiores cerimónias de cinema, quando ganhou o Óscar e o Globo de Ouro de Melhor Canção por 'Shallow', para o filme onde contracena e canta com Bradley Cooper, o remake "A Star Is Born".

Tem 80 milhões de seguidores no Twitter e é um fenómeno no mundo digital. Born This Way bateu recordes de celeridade de vendas no iTunes e no mercado digital norte-americano. E chegou a ser a mulher mais procurada na internet. Mostrou estaleca para grande estrela ao saber gerir a seu favor a implicação recorrente de Madonna contra Gaga.

 

Sam Smith
O último prognóstico em cheio do Sound of... da BBC, que antevê as futuras grandes estrelas, foi já em 2014. Um tal de Sam Smith, um jovem meio anafado com tendência para canções românticas, mereceu esta aposta. Poucos meses depois já era bem conhecido e originou uma das maiores enchentes no hangar do Palco Heineken do Alive. No ano seguinte, já atuava no palco maior do festival de Algés, como cabeça-de-cartaz.

Não se limitou apenas a ser ele a interpretar o tema principal de um filme de James Bond, 'Writing's On The Wall' para o filme "Spectre", como ainda ganhou um Óscar de Melhor Canção Original. Tudo o que o rodeia, é notícia mundial, e o seu súbito emagrecimento causou alarme e várias especulações. Quando assumiu a sua homossexualidade, tornou-se um símbolo contra a homofobia.  

 

Shakira
É a celebridade da música com mais seguidores no Facebook: 101 milhões. A sua vida íntima seria sempre do domínio público, mas a ligação amorosa com o futebolista do Barcelona, Piqué, catapultou mediaticamente a sua vida, que já era pouco privada.

Shakira, como colombiana, é a única estrela desta lista que não é oriunda de um país de expressão inglesa. Mas isso não a impediu de ter um sucesso a larga escala, como se fosse norte-americana. Foi coach no concurso de talentos The Voice e vai participar no próximo Halftime Show do Super Bowl, ela que já tinha cantado na cerimónia de encerramento do Mundial de Futebol do Brasil, em 2014. Shakira faz ainda parte de uma elite dos pouquíssimos artistas que têm mais de 10 biliões de visualizações no canal próprio de Youtube. O mundo também está à sua mercê.

 

Taylor Swift
A cantora norte-americana tem um magnetismo pelos lugares de topo. As suas digressões são das mais rentáveis (em 2015, foi mesmo a mais rentável, com 232 milhões de euros arrecadados), cada disco é normalmente um dos mais vendidos do ano e bate recordes (o seu álbum de 2017, "Reputation", vendeu em uma semana mais de um milhão cópias só nos Estados Unidos) e aparece na lista anual da Forbes das mulheres que mais dinheiro fizeram. 

Com mais de 80 milhões de discos vendidos em todo o mundo, não surpreende que a sua influência nas redes sociais mereça, por exemplo, 85 milhões de seguidores no Twitter.


Artigo de opinião.