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Sexta 13 é dia de bilhetes mais baratos (e de protesto)

Os empresários Álvaro Covões (ligado à música) e Paulo Dias (do teatro) falaram à nossa rádio sobre esta ação pela reposição do IVA nos 6%.

Sexta 13 é dia de bilhetes mais baratos (e de protesto)

Mais de 100 espetáculos de teatro e música, incluindo festivais, vão estar nesta sexta-feira mais baratos, como se o IVA sobre os bilhetes estivesse nos antigos 6% e não nos atuais 13%.

Com esta iniciativa da APEFE (Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos), os agentes de entretenimento pretendem mostrar os benefícios para o país se o IVA fosse reposto nos 6%, além de lembrarem ao Estado a sua obrigação constitucional de facilitar o acesso à cultura.

Junta-se a esta ação de protesto a petição dirigida à Assembleia da República, também empreendida pela APEFE, pela descida do IVA dos 13% para 6%. Esta petição está com mais de 3000 assinaturas. "Essa petição tem como objetivo ter cinco mil assinaturas. Chegámos hoje (quinta-feira) às três mil, para marcarmos nova audiência no parlamento, nova audiência com o senhor Ministro (da Cultura, Castro Mendes) e voltarmos a debater estes assuntos. Achamos que os assuntos culturais não podem e não devem ficar exclusivamente na questão de subsídios", declarou à nossa rádio o director-geral da UAU, Paulo Dias, um dos principais impulsionadores deste movimento pela descida do IVA sobre os bilhetes de espetáculos aos antigos 6%.

Outro dos empresários mais ativos nesta questão é Álvaro Covões, homem forte da promotora de música ao vivo Everything Is New e responsável pelo NOS Alive. "De norte a sul do país, os bilhetes vão ser vendidos como se estivessem a 6%, para os portugueses verificarem que se o IVA baixasse, os [preços dos] bilhetes baixam e seriam mais acessíveis a mais pessoas. Parece que o Estado cobra uma portagem para os portugueses acederem à cultura. Sempre que quisermos aceder à cultura, temos que pagar uma portagem?, disse-nos Álvaro Covões, um dos agentes culturais da linha da frente da APEFE.

Paulo Dias, mais ligado a produções teatrais, tem sentido a dificuldade do seu ramo desde que o IVA subiu para 13% durante a intervenção da Troika em Portugal. "O preço de bilhetes de teatro há 15 anos que não sobe. O que temos conseguido fazer no teatro é manter o mesmo valor para manter as pessoas nas salas de espetáculos. Mesmo assim, o público não tem aumentado?.

Para o diretor-geral da UAU, os atuais 13% de IVA sobre os bilhetes de espetáculos tornam o país mais pobre culturalmente. "Portugal é um dos países da Europa com poder de compra mais pequeno e é um dos países com taxa de imposto mais elevada. Contrariamente ao que parece para a opinião pública, Portugal tem uma taxa baixíssima de público. Um português vai [em média] de dois em dois anos a um espetáculo", citando números apurados pelo Instituto Nacional de Estatística.