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Pedro Lopes

Era o que Faltava

Temporada 3

10 novembro, 2021

Pedro Lopes

Glória: “são várias séries (numa só), dependendo da geração”

É a razão pela qual muitas adolescências foram passadas à frente da televisão a ver os Morangos com Açúcar, Lua Vermelha, Dancing Days e agora, mais recentemente, a série Glória. Pedro Lopes esteve no Era o Que Faltava para uma conversa com o João Paulo Sousa e a Ana Martins. Na série Glória o argumentista explora um capítulo da Guerra Fria pouco conhecido: a Rádio de Retransmissão (RARET). Como cresceu no Ribatejo, lugar onde era a RARET, Pedro Lopes tem uma visão bastante presente do que se passava lá e usou isso na criação da série: “As pessoas que escrevem põe muito de si nas personagens, embora elas depois não sejam reconhecíveis. Só isso traz uma certa verdade ao personagem porque não estamos a mimetizar projetos e personagens que vimos, não, temos que ir às nossas recordações, boas e más, transformá-las e colocá-las em personagens diferentes de nós e noutros contextos, etc, mas a nossa experiência é fundamental. Portanto eu sinto que de alguma maneira, em tudo o que eu escrevo, eu estou lá ou estão lá muitas pessoas que eu conheço”.

No momento em que esta conversa aconteceu, a série estava disponível há uma semana, mas Pedro Lopes já sentia o apoio dos espectadores: “A reação tem sido fantástica, pessoas que consumiram no fim de semana a temporada inteira e as redes sociais têm espelhado isso. O que eu também acho que acabou por ser muito interessante na série é que aquela série são várias séries, dependendo da geração. Ou seja, há uma geração mais nova que o que vê ali é um bom thriller, uma boa série de espionagem com ação e montes de reviravoltas, uma outra geração secalhar vê um retrato daquilo que foram as vivências que passou”.

Para além de séries, Pedro Lopes também já esteve em projetos de longas e curtas-metragens, bem como telenovelas. Para o argumentista: “um filme não tem que ser melhor que uma série, uma série não tem que ser melhor telenovela. Há telenovelas ótimas, há filmes péssimos, há de tudo! À partida não podemos fazer essa hierarquização e depois temos convenções, ou seja, a novela vive daquelas convenções e quem não gosta do produto, não vai perceber o motivo”.