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José Milhazes

Era o que Faltava

Temporada 3

15 fevereiro, 2022

José Milhazes

Foi a vez do jornalista José Milhazes no Era o Que Faltava!

“Há coisas estranhas neste mundo, nesta propaganda: esta seria a primeira guerra anunciada”

 

“Eu não me arrependo de ter-me metido no comboio a carvão, na Póvoa do Varzim para ir para a Rússia em 1977”. Com 18 anos, José Milhazes partiu de Caxinas para a Rússia, onde estudou história soviética. Pelo meio, “distraiu-se” e acabou a viver lá durante 38 anos! “Queria ser padre”, contou o historiador, “mas nem nos piores pesadelos eu sonhei ser jornalista. Depois tomei-lhe o gosto e é o diabo. O jornalismo é uma droga muito dura e muito ativa. Quando entra, depois para sair não há desintoxicação que tire o bicho do nosso sangue”.

Já na Rússia, confessa ter encontrado o “oposto do que idealizava”: “Eu encontrei uma distopia, um sistema sem igualdade social, sem qualquer tipo de liberdade e uma sociedade muito fechada...”. Seguiu-se a queda do Império Soviético, e José Milhazes pôde testemunhar em direto. Hoje afirma: “Não há guerras boas. As guerras significam morte, destruição, tanto mais que nós estamos já numa época em que temos armas de tal forma mortíferas que, se forem acionadas, deixaremos de existir como civilização e como planeta”. 

Contou anedotas soviéticas, mas também falou da situação atual entre a Rússia e a Ucrânia. “A Rússia não está a dizer que vai invadir no dia 16. Quem está a dizer são os Estados Unidos. E os Estados Unidos, nesse sentido, estão muito bem protegidos. Em qualquer dos casos, vão acertar. Se a invasão se der, o Sr. Biden vem à televisão e diz “estão a ver? Nós avisamos”. Se a invasão não acontecer, chega à televisão e diz: estão a ver? A nossa pressão resultou”. José está convencido que “não irá haver a invasão tão falada”: “Aqui há coisas estranhas neste mundo, nesta propaganda: esta seria a primeira guerra anunciada”.