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António Manuel Ribeiro

Era o que Faltava

Temporada 3

02 dezembro, 2021

António Manuel Ribeiro

Qual é o próximo passo na carreira? Como é que a juventude faz música? E a música do Benfica? O António Manuel Ribeiro responde, no Era o Que Faltava!

“Percebemos que mudar o mundo é um poço sem fundo, o mundo vai mudando conforme pode”

A poesia e a cultura eram o normal, o futebol era o escape, a “paixão controlada”. No Era o Que Faltava António Manuel Ribeiro explorou o tema do futebol e explicou que apesar de ser o autor do “Sou Benfica”, não é fanático pelo desporto. Ainda assim, sentiu-se “vendido” quando lhe fizeram a proposta de escrever o hino do Sporting: “perguntaram-me se a questão era o dinheiro, não, não era o dinheiro! Eu não ando só nisto pelo dinheiro e há coisas que eu não devo fazer, também por respeito aos Sportinguistas”.

Ao falar da banda em qual é membro, os UHF, António Manuel Ribeiro confessa que depois de ter conquistado tanto com a banda, de ter chegado a um patamar que jamais tinha imaginado, pensou: “e agora?”. Foi aí que a importância de ‘fazer digno’ ao invés de ‘fazer muito’ surgiu: “é representares-te naquele momento e saber se vale a pena, se tens seguidores, porque se estás em só a tocar para o teu umbigo, então ficas em casa”. Lembra-se dos momentos em que queria mudar o mundo, juntamente com a banda UHF, mas agora crescidos, e com anos de experiência, “percebemos que mudar o mundo é um poço sem fundo. O mundo vai mudando conforme pode”.

Ao falar da juventude que se interessa por música, António Manuel Ribeiro referenciou as pessoas que criam música a “partir da tecnologia”, dizendo que aquilo não é tocar, “são cópias de cópias de cópias”.  O músico expressou também a preocupação com o descuido da juventude por não protegerem as criações que fazem: “Eles diziam que estavam no Youtube, eu perguntava se eles estavam registados na SPA, a sociedade de autores, eles diziam que não. Ou seja, eles estão a correr um grande risco porque amanhã um tipo da Nova Zelândia achou muito gira a melodia e agarrou, fez, tomou e eles não podem fazer nada! A ilusão de que eu hoje posso pôr no universo digital uma obra minha e, de repente, existe, isso é uma existência um bocadinho disparatada”