Ainda não tem a nossa APP? Pode fazer o download aqui.
Simone de Oliveira (com Exclusivo Online)

Era o que Faltava

Temporada 2

08 março, 2021

Simone de Oliveira (com Exclusivo Online)

Simone de Oliveira é um dos maiores ícones da música portuguesa, a cantora esteve à conversa com Rui Maria Pêgo e Ana Martins.

Simone de Oliveira enfrentou todos os dramas e preconceitos de alguém que ousava ser livre e feliz em tempos de moralismos bacocos e restrições de género. Aos 83 anos, Simone de Oliveira permanece um ícone e uma inspiração. Cantora, atriz, inconformada e, acreditamos, inabalável. 

Apesar dos anos de carreira, Simone diz que ainda “tenho muitos nervos, tenho muito medo” antes de entrar em palco. A cantora diz que está marcado para este ano o último concerto da carreira “com uma orquestra grande no CCB, vamos acabar com chave de ouro porque ridículos não!”. Quando questionada sobre o porquê de este ser o último concerto, Simone diz “não me apetece mais e deixa-me sair bem, ridículos não! Terem pena de mim, não!”. 

Simone de Oliveira diz que quer ser recordada “como mulher que viveu, que riu, que sofreu e que é bom viver até ao fim com dignidade e com a cabeça levantada”. Acrescenta que “eu se pudesse desaparecia sem dizer nada a ninguém”. Simone confessa que já pediu para não ir para a Basílica da Estrela, “a Basílica é um teatro. Eu quero a igreja de Alvalade”. 

Uma mulher livre

Apesar de se afirmar uma mulher livre, Simone diz que “é preciso perceber que eu também tenho as minhas fraquezas, eu também chorei muito e também tirei os pés pela cabeça, só que eu tenho uma apetência enorme em viver e viver à minha maneira”. Acrescenta, “eu acho que nasci livre, não foi preciso o 25 de abril para mim, eu já nasci livre”. Recorda os tempos de escola em que era “mandada para fora porque eu fazia perguntas um bocadinho complicadas”. 

Diz que viver à frente do tempo “dá uma grande trabalheira, é preciso ter uma grande coragem, é preciso força para fazer força. E eu penso que levei a minha vida toda de uma certa maneira a fazer força”. Simone diz que não sabe onde vai buscar a força, mas “não é uma questão de fé”, acrescenta, “eu tenho a minha fé cá muito à minha maneira, que é uma coisa muito estranha”.