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Mário de Carvalho

Era o que Faltava

Temporada 2

20 abril, 2021

Mário de Carvalho

Começou a ler antes dos 5 anos, esteve nas lutas estudantis durante o Estado Novo e quando acabou a licenciatura em Direito foi preso pela polícia política: 11 dias de privação de sono, e depois detido em Caxias e Peniche. Exilou-se na Suécia e a mulher e as filhas juntaram-se pouco depois. Entretanto, acontece o 25 de Abril. Ainda trabalhou como advogado, mas rapidamente mergulhou nos romances, contos, crónicas, peças de teatro e argumentos. Mário de Carvalho recebeu os mais prestigiados prémios literários, está traduzido em mais de 20 línguas e acaba de lançar “Epítome de Pecados e Tentações”. O pecado mora ao lado, com Mário de Carvalho e os seus 40 anos de carreira.

“Há sinais de que isto que nos aconteceu durante 48 anos começa a ser esquecido e que apareça algum ressurgimento de ideias que foram extremamente nocivas e que tanto mal nos fizeram, de maneira que julgo que é útil lembrar-se que vivemos numa situação dominada pelo medo, pela tortura, pelo achincalhamento, pela opressão dos mais fracos ou dos que tinham opiniões diferentes", diz Mário de Carvalho durante a entrevista. "É bom que se saiba que a democracia foi uma belíssima coisa que nos aconteceu, ou melhor, não nos aconteceu, porque nós nos batemos e porque muitos democratas se bateram e que está hoje instalada, embora ameaçada. Há sempre uma ameaça que paira sobre nós, que é a ameaça dos instintos mais perversos e mais nocivos voltarem a vir ao de cima e instalarem de novo uma opressão sobre os portugueses”, completa o escritor. Ouça a conversa completa aqui.