Era o que Faltava
Temporada 2
Bordalo II
Todos os miúdos 'deviam ir aos aterros e aos centros de reciclagem'
Não é lixo, é desperdício. E Artur Bordalo, mais conhecido por Bordalo II, faz do desperdício arte. Como? Pega em materiais que destroem a Natureza, sobretudo plástico, e transforma-os em animais – as vítimas, no fundo, e as personagens principais do trabalho de Bordalo II.
É pintor e escultor, graffiter e soldador e também trolha. Só 20% do seu trabalho está em Portugal, mas felizmente há uma gineta que ficou em Bragança. Artur Bordalo, escolheu o nome artístico em homenagem ao avô, o pintor Real Bordalo.
Bordalo II acha que todos os miúdos, e alguns graúdos, “deviam ir aos aterros e aos centros de reciclagem para perceberem a diferença e para perceber que se nós fizermos um bocadinho de trabalho em casa” podemos fazer a diferença. O facto de fazermos a reciclagem em casa, “pode facilitar imenso e em vez de matéria prima ser enterrada, pode voltar a fazer parte da economia circular”.
Já visitou vários aterros e uma das coisas que mais o chocou foi num aterro no Azerbaijão. Viu uma série de carrinhos telecomandados, lembra-se de ser pequeno e querer um desses brinquedos, que eram caros. “Nisto passam bastantes anos e no meu trabalho, chegamos a centros de reciclagem ou aterros e há imensas coisas dessa em bom estado que acabam ali”.
Para o artista “é tão estranho, os putos ricos que têm direito a tudo nem dão valor às coisas que alguns miúdos adoravam poder ter tido e não tiveram. É estranho, dá que pensar”.