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Keane: "Queremos tocar pelo menos duas horas"

A banda britânica está de volta a Portugal para dois concertos. A jornalista Patrícia Pereira esteve à conversa com Jesse Quin. O músico prometeu muita energia no palco e um alinhamento que sirva todas as necessidades dos fãs.

Keane: "Queremos tocar pelo menos duas horas"
DR


Os concertos são já este fim de semana. O primeiro é amanhã - dia 25 de janeiro - no Coliseu do Porto. No dia seguinte, os Keane descem até à capital lisboeta para tocar no Campo Pequeno. Duas salas que a banda inglesa já conhece. Duas salas onde os Keane já estiveram com os fãs portugueses. 

Agora - oito anos depois de terem vindo mostrar "Strangeland" a ambos os palcos - os Keane trazem o mais recente "Cause and Effect" (2019) que é também o disco que marcou o regresso dos quatro rapazes depois de sete anos longe da criação coletiva e das aventuras de estrada. A avaliar pelo trabalho que têm tido ao vivo, o regresso ao estúdio correu bem - fruto da veia perfecionista da banda inglesa. 

Nas palavras do baixista Jesse Quin, o processo criativo do último disco foi feito sob a égide da filosofia e disciplina de trabalho da banda britânica. "Temos sempre padrões elevados em relação ao trabalho. O ponto de partida é fazer o melhor que conseguirmos. Não foi apenas algo divertido de fazer, voltámos com o objetivo de fazer algo bom. Tem sido trabalho duro, mas acaba por ser muito compensador".
 



"Muito excitante" é como Quin descreve o ambiente que a banda de  'Somewhere Only We Know' viveu no estúdio durante os ensaios para a digressão que arrancou em Bruxelas, na Bélgica. "Foi muito excitante. O que mais queríamos era voltar à estrada, às digressões. (...) Havia muitas canções para aprender, mas estávamos muito entusiasmados".
 



À Rádio Comercial, o baixista britânico falou, ainda assim, na estranheza que sentiram quando voltaram a pegar nas canções mais antigas. "Foi muito estranho. Tocámos algumas canções sem precisarmos de pensar no que estávamos a fazer, mesmo depois de termos estado tanto tempo sem tocá-las. Por outro lado, houve outros temas, que até costumávamos tocar com bastante frequência, de que já não nos lembrávamos. Foi um pouco esquisito, mas as canções acabaram por fluir".

 


 

"Cause and Effect" é o álbum que traz os Keane de volta, isto depois de um período conturbado que "obrigou" a uma paragem de cerca de sete anos. Essa será uma das razões para Jesse Quin ainda ficar emocionado - e isso notou-se ao telefone - ao falar no sexto disco da discografia keaneana. "Significa muito. Acho que foi a primeira vez em que estávamos a fazer música sem sentirmos que era apenas algo que fazia parte da carreira ou do ciclo que passa pela gravação e os concertos ao vivo. Foi muito bom estarmos simplesmente a criar a música que queríamos. Acima de tudo, queríamos estar ali sem sentir que era um trabalho. [Durante o tempo em que estivemos afastados] atravessámos tempos difíceis. Agora, sentimos uma conexão emocional mais real".  

  
 

 

Em relação aos concertos deste fim de semana, Quin garante mais duas horas de concerto e "muita energia" à mistura. "Andamos a dar longos concertos. Contamos tocar, pelo menos, duas horas para que as pessoas sintam que gastaram bem o dinheiro. Vai ser divertido". 
 




No verão do ano passado, os Keane já tinham dado um pulinho a Portugal para mostrar o álbum "Cause and Effect" - na altura ainda mais fresco. O concerto foi a norte, no primeiro dia do MEO Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia. Jesse Quin não esqueceu a passagem pelo festival nortenho e não poupou elogios à cidade portuense e a Portugal. "Acho que o Porto é uma das melhores cidades do mundo. Adoro Portugal". O músico acrescentou que a passagem pelo festival foi uma boa oportunidade para reencontrar amigos que o coletivo britânico tem por cá. "Às vezes, quando estamos em digressão não conhecemos uma única pessoa, só estamos com as pessoas que são da cidade onde estamos a tocar. Reencontrar pessoas que conhecemos só torna tudo ainda mais divertido".