Ainda não tem a nossa APP? Pode fazer o download aqui.

U2: 50 canções para 40 anos de discos (do 10º ao 1º)

Termina hoje a contagem, no dia em foi lançado o primeiro disco da banda há precisamente 40 anos.

U2: 50 canções para 40 anos de discos (do 10º ao 1º)

A 22 de Setembro de 1979, os U2 estreavam uma discografia, que se tornaria de referência mundial, ao lançarem na Irlanda o EP "Three". 

O 40º aniversário do arranque deste percurso discográfico assinala-se hoje, o dia em que termina a contagem das 50 melhores canções do universo dos U2. Os outros quatros artigos desta seleção (subjetiva, claro) podem ser consultados no painel de notícias relacionadas colado a este texto.

Eis as 10 melhores canções do universo dos U2.  

10º 'Gloria' > do álbum de 1981, "October"
Os U2 queixavam-se que este tema tinha envelhecido mal, mas não é isso que soa. Tal como acontece em muitos outros temas deste difícil segundo álbum, o guitarrista The Edge saca um riff contagiante, talvez um dos seus melhores de sempre, enquanto Adam Clayton desdobra-se em várias linhas de baixo. Bono mostra-se bilingue, cantando em latim enquanto faz citações litúrgicas, empenhando-se num final épico, a tentar justificar o título. O vídeo, rodado num canal de Dublin frente à garotada da terra, foi o primeiro dos U2 a conseguir rotação no canal televisivo da MTV.


Passengers - 'Your Blue Room' > do álbum de 1995, "Original Soundtracks 1"
Na suprema declaração de liberdade artística que é este álbum para uma banda com o peso megalómano dos U2, 'Your Blue Room' é possivelmente a paragem mais deslumbrante da viagem com Brian Eno nos Passengers. A maioria dos temas de "Original Soundtracks 1" evaporou-se em  filmes imaginários, mas não este, que foi materializado no filme idealizado por Michelangelo Antonioni (já muito doente) e desenvolvido por Wim Wenders, "Para Além das Nuvens". É dos raríssimos temas dos Passengers que os U2 pegaram mais tarde para tocar ao vivo, onde participavam um astronauta via satélite e a irlandesa Sinead O’ Connor, ambos em registos pré-gravados.


8º 'Love Comes Tumbling' > do EP de 1985, "Wide Awake in America"
Este tema é outra declaração de liberdade artística dos U2, com a mesma omnipotência criativa de uns Talk Talk na segunda metade do seu percurso, apesar de toda a pressão que já se fazia sentir sobre o quarteto irlandês. 'Love Comes Tumbling' é uma lindíssima fuga aos lugares-comuns de uma canção pop, numa altura em que a banda já estava a aprender a trabalhar com o silêncio. 'Love Comes Tumbling' é tão serena quanto arrojada. 

 

7º I Will Follow > do álbum de 1980, Boy
É a música que abre o álbum de estreia dos U2 e que mereceu o primeiro videoclipe de sempre da banda. A canção ainda não desbotou com o tempo, mantém intacta a tenra idade e a traquinice de então, quando os U2 eram uns miúdos de vinte anos.


6º 'The Fly' > do álbum de 1991, "Achtung Baby"
Este single de avanço de "Achtung Baby" anuncia a maior metamorfose do grupo. Bono parece um Elvis futurista, com uma banda que atirou para trás o som mais americanizado e tradicional de "The Joshua Tree" e "Rattle and Hum", dando uma guinada vertiginosa para um rock mais tecnológico. Em 1991, conquistado o planeta, os U2 voltavam a ser uma banda alternativa.


5º 'Sunday Bloody Sunday' > do álbum de 1983, "War"
O vídeo ao vivo desta canção, tirado de "Live at Red Rocks", é das imagens mais épicas do grupo. Enquanto a canção dá mais reviravoltas que na versão de estúdio, com um falso final e a retomada, o suor e a humidade no rosto de Bono misturam-se. A sua respiração ofegante está mais hollywoodesca, com cada bafo seu a emitir uma nuvem no ar frio. Aquelas espécies de chamas olímpicas iluminam não só aquele anfiteatro (milagrosamente localizado entre rochas) como também a garra heróica daquela interpretação.


4º 'The Wanderer' (com Johnny Cash) > do álbum de 1993, "Zooropa"
"Zooropa" foi uma soma de excelentes opções estéticas, tomadas em tão pouco tempo, e a escolha de Johnny Cash para cantar este tema foi uma delas. Nunca a lenda de country cantou num universo tão futurista, cheio de detalhes eletrónicos. Nesta música sobre o apocalipse, as antenas da Zoo TV alcançam o céu espiritual.


3º 'With or Without You' > do álbum de 1987, "The Joshua Tree"
Mais acima, referia-se que os U2 foram aprendendo a trabalhar com o silêncio. Nesta canção, usaram um nível de volume mais baixo. Nunca se ouviu tão bem cada membro dos U2 a tocar como nesta música de charme tão atmosférico. As camadas de guitarra de The Edge é poesia a esvoaçar, como o anjo de guarda às confissões de alma de Bono. 'With or Without You' foi o single de avanço de "The Joshua Tree", cujo lindíssimo videoclipe a preto-e-branco revelou em primeira mão o novo visual dos U2. 
  


2º 'Love Is Blindness' > do álbum de 1991, "Achtung Baby"
É a canção de embalo que fecha o disco, que praticamente encerra os concertos da Zoo TV e que termina uma relação amorosa ou mesmo, num ato de loucura, uma vida - tal como cantava Bono. Os U2 são uma verdadeira irmandade nos bons momentos e sobretudo nos maus. Num momento difícil para The Edge, que estava lidar com um divórcio, a gravação desta canção ganhou um significado especial para toda a banda. A canção, iniciada com um órgão de igreja fúnebre, estava possuída de grandeza. Com a assinatura do fortíssimo solo de guitarra no final, The Edge tornou esta canção autobiográfica.  

 

1º 'Pride (In the Name of Love)' > do álbum de 1984, "The Unforgettable Fire"
Toda esta canção é um bilhete de identidade dos U2: sonhadora por um mundo mais justo, de consciência ativista (em memória de Martin Luther King), coletivista, emotiva, dinâmica, gloriosa, popular. Os U2 são tudo isto. Num momento decisivo de ascensão do grupo, este tema apareceu. Passou a ser quase impossível não tocarem nos concertos 'Pride (In the Name of Love)'.