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Motoristas: Greve causa prejuízos de dezenas de milhares de euros por dia

Presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas adianta que trabalhadores só fazem oito horas de trabalho por dia.

Motoristas: Greve causa prejuízos de dezenas de milhares de euros por dia

O presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Francisco São Bento, disse hoje que as empresas de transporte de combustíveis estão a ter prejuízo de dezenas de milhares de euros por cada dia de greve.

"Acredito que seja algumas dezenas de milhares de euros diários que as empresas estão a abdicar", afirmou Francisco São Bento à agência Lusa, em Aveiras de Cima, precisando que os motoristas só estão a fazer oito horas de trabalho.

De acordo com dirigente, o facto de os motoristas estarem apenas a cumprir oito horas de trabalho terá impacto negativo nas empresas.

"Uma vez que só estão a fazer oito horas, com certeza que estão a ter algum impacto financeiro nas empresas", adiantou o presidente do SNMMP, indicando que não serão cumpridas "as outras seis ou sete horas que costumavam fazer".

Por seu lado, Francisco São Bento explicou que o impacto financeiro para os trabalhadores é praticamente nulo, porque estão a trabalhar na totalidade.

"Os trabalhadores estão a trabalhar na mesma. Simplesmente não estão a continuar, digamos, durante o período da greve com esta atrocidade que lhes é aplicada diariamente, que é trabalhar 13, 14 ou 15 horas", disse, acrescentado que os mesmos estão a "conseguir exercer a greve e trabalhar".

O sindicato diz que o número de grevistas atinge os 80 a 90% dentro do setor das matérias perigosas, o mesmo número avançado na segunda-feira.

O advogado do sindicato, Pardal Henriques, disse que, apesar de conseguirem aguentar a greve por tempo indeterminado, uma vez que os motoristas estão a cumprir as oito horas de serviço e, por isso, vão ser remunerados, continua a acreditar que "a qualquer momento a Antram tenha a decência" de os "chamar para conversar" e chegarem a acordo para acabar com a greve.

Ao fim do primeiro dia de greve de motoristas, o Governo decretou a requisição civil, alegando o incumprimento dos serviços mínimos.

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Antunes, após uma reunião do executivo por via eletrónica, justificou a medida depois de o Governo ter constatado que os sindicatos que convocaram a greve dos motoristas de mercadorias e de matérias perigosas "não asseguraram os serviços mínimos", particularmente no turno da tarde.

A greve que começou na segunda-feira, por tempo indeterminado, foi convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.