Regressou esta manhã a Portugal a força conjunta portuguesa de auxílio às vítimas do ciclone Idai. Os cerca de 70 elementos da missão humanitária do Estado português prestaram assistência a 20 mil pessoas no distrito moçambicano de Buzi, um dos mais afetados.
Pouco depois de chegar ao aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, o adjunto do comando dos Bombeiros Municipais do Cartaxo, Vítor Rodrigues, revelou à nossa redação que o cenário que encontraram foi pior do que o esperado. Confirmaram-se as imagens que já tinham visto na televisão mas com situações "muito, muito piores".
A missão desta equipa centrou-se na entrega de ajuda humanitária. Uma tarefa nem sempre fácil, dada a imensa necessidade de alimentos e água potável. O adjunto Vítor Rodrigues e António Loureiro dos Bombeiros Municipais do Cartaxo explicam como levaram aos moçambicanos a água a que chamam "ouro branco" e os obstáculos que tiveram que ultrapassar para fazer chegar comida às populações
Os dois elementos dos Bombeiros Municipais do Cartaxo sentem que a missão foi cumprida mas o adjunto Vítor Rodrigues não esconde a frutração de não poder ajudar "toda a gente", depois de ouvir tantos moçambicanos confessar que "ficaram sem nada".
Apesar de tudo, Vitor Rodrigues relata que a vontade dos portugueses em ajudar é tanta que, ignorando os conselhos, houve quem desse comida a quem pediu e acabasse a precisar de ajuda da polícia local.
O adjunto do comando dos Bombeiros Municipais do Cartaxo confessa que vão ficar na memória muitas das pessoas que conheceu na Beira e em Buzi mas há uma criança que se tornou especial.
A ajuda humanitária continua a chegar em grande número a Moçambique. Isso mesmo confirmam Vítor Rodrigues e António Loureiro que partilham a preocupação de que os bens cheguem a quem precisa.
Com o regresso desta equipa, em Moçambique ficaram apenas oito elementos da proteção civil para dar "algum apoio" de retaguarda ao hospital de campanha do INEM, que ficou instalado a 50 quilómetros da cidade da Beira, e às autoridades moçambicanas.