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John Lydon arrasa os Green Day

Vocalista dos Sex Pistols questiona autenticidade do punk atual. E satiriza o rap.

John Lydon arrasa os Green Day

John Lydon, outrora o Johnny Rotten que dava a cara pelos Sex Pistols e pela explosão do punk em 1976-77, continua com a língua afiada na entrevista ao New York Times, não poupando os Green Day. "É embaraçoso. Quantas bandas há para aí como os Green Day? Olho para eles e tenho que me rir. Não passam de uns cabides e de uma versão inchada de algo a que realmente não pertencem".

Mas se o punk se tornou uma "caricatura", o rap é para John Lydon "o pano de fundo perfeito para se vender um par de sneakers".


Falando num dos poucos clubes nova-iorquinos onde se pode fumar, no West Village, o cantor inglês também abordou a política, enquanto cidadão de Los Angeles que vota nos Estados Unidos. E, claro, opinou sobre Donald Trump, o candidato presidencial contra quem votou. "O que a América fez foi votar num empresário para substituir os políticos. Serão os negócios a alternativa? Já disse publicamente que não me parece. É a corrupção ao mais alto nível, o que mostra o quão desesperada se tornou a América".

O homem que insulta a Rainha Isabel II no tema dos Sex Pistols 'God Save the Queen' não se vê a ser condecorado pela Sua Majestade, ao contrário do que já aconteceu com outros rockers como Paul McCartney (dos Beatles), Mick Jagger (dos Rolling Stones) ou a cantora Kate Bush que tanto admira. "Acham que eu alguma vez permitiria que a Rainha impusesse uma espada sobre a minha cabeça?".  

John Lydon, que admite sentir-se horrorizado quando sobe a palco - "a hipótese de fazer uma figura ridicula de mim mesmo e de desiludir as pessoas é assustador; é auto-tortura a que me sujeito" - recorda os primeiros anos ao vivo dos Public Image Lmtd, a banda que se tornou a sua prioridade musical depois dos Sex Pistols. Nos concertos, "da linha 1 à 30, eram só imitadores de Johnny Rotten. E eu pensei: 'isto está a correr horrivelmente mal'. Não estava a fazer aquilo para inspirar um novo uniforme que não era de modo algum tão bom como o dos nazis”.

E lembra a primeira lição que teve no mundo da música: "não acredites em adultos, vão tentar roubar tudo de ti".