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Incêndios: mais uma noite díficil no combate às chamas

Incêndio nos concelhos de Monchique, Portimão e Silves entra no sétimo dia de destruição.

Incêndios: mais uma noite díficil no combate às chamas
LUSA

Mais uma noite difícil no combate ao incêndio nos concelhos de Monchique, Portimão e Silves que hoje entra no sétimo dia de destruição.

Uma das frentes do incêndio, na zona de Silves, estava na noite de quarta-feira a preocupar as autoridades tendo a 2.ª comandante da Autoridade Nacional de Proteção Civil, no 'briefing' das 20h00, assumido que não estava à espera de uma noite fácil.

As chamas atingiram na tarde de quarta-feira uma grande velocidade no concelho de Silves, com uma progressão que terá sido superior a dois quilómetros/hora, disse Patrícia Gaspar.

"Não nos espera um período fácil. A meteorologia, mais uma vez, sobretudo no que diz respeito ao vento, mantém-se bastante desfavorável, ou melhor, vai favorecer aquilo que é a progressão do incêndio", afirmou aquela responsável da Proteção Civil num 'briefing' realizado em Monchique, no distrito de Faro.

 A zona entre Silves e São Bartolomeu de Messines, no mesmo concelho, era na noite de quarta-feira "muito complexa", tendo as chamas lavrado "praticamente em toda a área entre São Marcos da Serra e Silves, uma área bastante significativa".

Os principais problemas do combate durante o dia de quarta-feira foram a orografia, que dificultou o trabalho dos meios terrestres, e "o próprio comportamento do incêndio, que originou muito fumo", o que impediu uma atuação eficaz dos meios aéreos.

A Proteção Civil pretendia recorrer durante a noite à maquinaria pesada para abrir aceiros.

Patrícia Gaspar indicou que a GNR tem tentado "andar o mais cedo possível à frente da progressão do incêndio", evacuando localidades, e repetiu o apelo para que as pessoas cumpram as indicações das autoridades de segurança e socorro.

A autoridade nacional não dispunha, às 20:00, de dados finais sobre o número de pessoas retiradas de suas casas durante a tarde de quarta-feira. Mas na manhã a responsável tinha indicado que havia 181 pessoas deslocadas.

Durante a noite de quarta-feira, mais de 100 pessoas foram retiradas de mais de uma dezena de localidades em Silves e estão a pernoitar num pavilhão da Escola EB 2,3 João de Deus, disse à Lusa fonte da autarquia.

Questionada sobre eventuais falhas nas operações, a 2.ª comandante operacional nacional afirmou que "não houve nenhuma falha" e que a meteorologia provocou "um comportamento absolutamente errático de muito difícil previsão".

O incêndio deflagrou na sexta-feira em Monchique, lavrando também nos concelhos de Portimão e Silves.

Segundo um balanço feito quarta-feira de manhã e que não foi alterado durante o dia de quarta-feira, há 32 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 181 pessoas mantinham-se deslocadas, depois da evacuação de várias localidades.

   De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas já consumiram mais de 21.300 hectares. Em 2003, um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.

   Na terça-feira, ao quinto dia de incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.

Às 06h00 estavam mobilizados para o combate às chamas mais de 1.400 operacionais e mais de 450 meios terrestres, segundo a página da Proteção Civil.