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David Fonseca: "fiz um disco como se fosse um programa de rádio"

Entrevista ao cantor leiriense, a propósito do novo álbum "Radio Gemini" que chega hoje às lojas.

David Fonseca: "fiz um disco como se fosse um programa de rádio"
David Fonseca

Está desde hoje nas lojas o álbum ?Radio Gemini?, que marca o regresso de David Fonseca à língua inglesa, depois do antecessor "Futuro Eu".

"Radio Gemini" é o longo do ex-Silence 4 com o maior número de faixas, 21 ao todo. Em entrevista à nossa rádio, David Fonseca diz-nos que "apesar de ter 21 faixas, o disco tem só 60 minutos. As pessoas não se assustem quando virem o número porque basicamente o disco é feito com uma playlist", acrecentando que "não é um disco longo, é apenas o número de faixas que assusta".

 

Atendendo à abundância de canções que grava, David Fonseca bem que podia fazer inadvertidamente um álbum duplo ou triplo. "Para quase todos os discos que faço tenho sempre, no mínimo, o dobro das canções que coloco no disco. Às vezes, até tenho mais. Gravo muito. Como gosto muito de fazer música, tenho por norma muitas canções quando começo a fazer um disco. Gosto da ideia de ver como as canções funcionam, se fazem parte do grupo ou não".  

 

Um pouco como havia acontecido com "10 000 Hz Legend" dos Air (de 2001), "Radio Gemini" apoia-se no universo radiofónico. "O disco devia chamar-se inicialmente Gemini. A ideia que eu tinha inicialmente para o disco era fazer dualidades, uma coisa contra outra. Mas depois, à medida que fui escrevendo, foram aparecendo coisas tão diferentes que achei que aquilo que estava a fazer era mais uma frequência do que propriamente uma ideia de dois pólos. Acabei por chamar Radio Gemini. Achei que tinha sentido fazer um disco como se fosse um programa de rádio, uma playlist com uma sequência?.

 

Como vai sendo habitual na sua discografia, David Fonseca assume a produção de "Radio Gemini". Os seus pergaminhos nesta função e a forma célere de trabalhar já o levaram a receber convites para discos de outros artistas. Mas há um problema. "Não tenho muito tempo. Para largar isto tudo e fazer produção para outro artista, precisava de muito tempo e de me interessar pelo projeto para o fazer".

 

Tem-se falado muito dos 20 anos da Expo '98, que reformulou a zona oriental de Lisboa. Há 20 anos, os Silence 4 rompiam o anonimato, para um crescimento mediático tão inusitado como o de Pedro Abrunhosa em 1994. "Recordo [1998] como um dos anos mais bombásticos da minha vida. 1998 transformou a minha vida numa coisa radicalmente diferente. No início de 1998, eu era um miúdo completamente desconhecido que queria gravar o seu primeiro disco com a sua primeira banda. Era tudo muito simples, não havia grandes ideias sobre o que ia ser o futuro. No final de 1998, eu estava a tocar no Pavilhão Atlântico. Quase que tenho uma vida um antes de 1998 e outra depois de 1998?.


David Fonseca vai ser acompanhado nos concertos nos teatros - amanhã no Centro Cultural Olga Cadaval (Sintra), dia 29 no Convento S. Franscisco (Coimbra), 9 de junho na Casa da Criatividade (S. João da Madeira), 16 de junho no Cine-Teatro Louletano (Loulé) - por Paulo Pereira nas teclas, Sérgio Nascimento na bateria e Nuno Simões no baixo e na guitarra. Nos concertos de recinto ao ar livre, como no festival EDP Vilar de Mouros (a 25 de agosto), David Fonseca terá o reforço de Tiago Carvalho na guitarra elétrica.