A Sociedade Portuguesa de Autores não recebeu, até agora, qualquer queixa de plágio de 'Canção Sem Fim', o tema com que Diogo Piçarra concorreu ao Festival da Canção. A garantia foi dada pelo o administrador e diretor da SPA, Tozé Brito, ao Diário de Notícias.
"Nós não agimos sem uma queixa, muito menos contra membros. Só se houvesse uma queixa a dizer que foi plagiado, o que não aconteceu até agora. Se existirem queixas, a SPA cá estará para fazer uma peritagem", afirmou. Segundo Tozé Brito, "a própria RTP quis saber se era possível fazer uma peritagem, com maestros, que dessem a sua opinião".
A SPA é a entidade que em Portugal reúne o maior número de autores em defesa dos seus direitos.
Diogo Piçarra optou de desistir do concurso para a representação portuguesa na Eurovisão depois de, nas redes sociais, ter surgido uma onda de manifestações que apontam as semelhanças entre 'Canção do Fim' e o tema cantado pelo pastor Walter, da IURD, em 1979, que é ele próprio uma versão do norte-americano Bob Cull, de 1976, também interpretada pelos Maranatha Singers em 1991. Diogo Piçarra tinha alcançado a pontuação máxima: 12 pontos do júri e 12 pontos do televoto.
Também a Igreja Universal do Reino de Deus diz que não detém direitos sobre a canção no centro da polémica. "Face às recentes notícias que referem que a música composta e interpretada pelo cantor Diogo Piçarra na semifinal do festival da canção é um plágio de uma música da IURD [Igreja Universal do Reino de Deus] e de um pastor desta Igreja, vem a IURD esclarecer que tal não corresponde à verdade", explicaram numa nota enviada à Lusa.
Tozé Brito concorda que "as canções são muito parecidas" e considera que o cantor "tomou a decisão correta" ao afastar-se. "Seria crucificado pelos fãs dos outros concorrentes e dos que não chegam à final e em última análise a Eurovisão exerce fiscalização sobre estes temas", diz o músico, que concorda que as canções são muito parecidas.
