O primeiro-ministro, Luís Montenegro, condenou hoje, em seu nome e do Governo, os "ataques racistas" contra imigrantes no Porto e defendeu que deve existir "tolerância zero ao ódio e violência xenófoba".
"Condeno veementemente, em meu nome pessoal e do Governo português, os ataques racistas desta noite no Porto", escreveu o chefe de Governo na sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter), expressando "solidariedade com as vítimas".
Luís Montenegro reafirmou "tolerância zero ao ódio e violência xenófoba" e elogiou "o trabalho das forças de segurança".
Condeno veementemente, em meu nome pessoal e do Governo português, os ataques racistas desta noite no Porto.
— Luís Montenegro (@LMontenegropm) May 4, 2024
Exprimo a nossa solidariedade com as vítimas e reafirmo tolerância zero ao ódio e violência xenófoba.
E elogio o trabalho das nossas forças de segurança.
Também numa publicação na mesma rede social, a coordenadora do BE pediu uma "punição exemplar dos agressores", defendendo "nem um dia de silêncio contra a política de ódio".
Mariana Mortágua considerou que "quando o racismo flui no parlamento, a violência flui até às ruas".
"Quem censura a memória do colonialismo abre a porta à violência no presente", escreveu a bloquista.
Quando o racismo flui no Parlamento, a violência flui até às ruas. Quem censura a memória do colonialismo abre a porta à violência no presente. Punição exemplar dos agressores, nem um dia de silêncio contra a política de ódio. Hoje 22h Praça 24agosto Porto https://t.co/z15hwUAUww
— mariana mortágua (@MRMortagua) May 4, 2024
Também no X, a porta-voz do PAN repudiou "os atos de xenofobia e racismo que ocorreram ontem [sexta-feira], na cidade do Porto, bem como o planeamento de assassinato de uma pessoa em situação de sem-abrigo e a sua transmissão em direto".
"O ódio não representa os valores humanistas da nossa sociedade", salientou Inês de Sousa Real.
Não podemos deixar de repudiar os atos de xenofobia e racismo que ocorreram ontem, na cidade do Porto, bem como o planeamento de assassinato de uma pessoa em situação de sem-abrigo e a sua transmissão em direto. O ódio não representa os valores humanistas da nossa sociedade.
— Inês Sousa Real (@InesSousaReal) May 4, 2024
O SOS Racismo revelou hoje que nos últimos dias, no Porto, um grupo organizado perpetrou ataques racistas contra imigrantes residentes na cidade, situação que obrigou vários a receber tratamento hospitalar.
"Nos últimos dias, um grupo organizado de pessoas constituiu uma milícia para invadir casas e atacar imigrantes na cidade do Porto. Com recurso a bastões, paus e facas, este grupo espancou vários imigrantes, dentro das suas casas. Os ataques foram planeados e devidamente organizados, para espalhar o terror e atacar o maior número de imigrantes. As habitações foram destruídas e várias pessoas tiveram de receber tratamento hospitalar", lê-se na nota de imprensa.
Neste contexto, o movimento anuncia para hoje, às 22h00, no Campo 24 de agosto, no Porto, uma ação de solidariedade para com os imigrantes agredidos.
Segundo a edição de hoje do Jornal de Notícias, um grupo de seis homens encapuzados, armados com bastões, facas e uma arma de fogo, invadiu na sexta-feira a casa onde vive uma dezena de imigrantes argelinos, além de um venezuelano, para os espancar, destruir o recheio da habitação e proferir insultos racistas.
Ainda na madrugada de sexta-feira, na via pública, a PSP registou outros dois ataques de caráter racista dirigidos a cidadãos de origem magrebina, que poderão ter sido cometidos pelo mesmo grupo. Um dos agressores foi detido na posse de um bastão.
A Lusa tentou uma reação da PSP, mas até ao momento não foi possível.