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Pedro Nuno manifesta solidariedade do PS ao chefe do Governo espanhol

A mulher de Pedro Sánchez é alvo de uma queixa por alegado tráfico de influências, mas o MP espanhol já pediu o arquivamento.

Pedro Nuno manifesta solidariedade do PS ao chefe do Governo espanhol
Pedro Nuno SantosLusa/José Sena Goulão

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, transmitiu hoje a sua solidariedade ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, após a queixa contra a sua mulher e em relação à qual o Ministério Público espanhol já pediu o arquivamento.

"Já tive oportunidade de transmitir pessoalmente ao Presidente do Governo de Espanha, @sanchezcastejon, a nossa solidariedade face aos acontecimentos recentes", pode ler-se numa publicação do líder do PS nas redes sociais.

De acordo com Pedro Nuno Santos, a liderança de Pedro Sánchez "contribui ativamente para as ótimas relações" entre Portugal e Espanha "e para uma Europa mais livre, mais justa e democrática".


O Ministério Público de Espanha pediu na quinta-feira o arquivamento do inquérito que envolve a mulher do primeiro-ministro do país, por considerar que a queixa que lhe deu origem não tem fundamento.

O anúncio da abertura deste "inquérito preliminar", na quarta-feira, por um tribunal de Madrid, levou o líder do Governo espanhol, Pedro Sánchez, a afirmar que ponderava abandonar o cargo, prometendo uma declaração pública sobre o seu futuro na próxima segunda-feira.

A investigação judicial à mulher de Pedro Sánchez, Begoña Gómez, resulta de uma queixa por alegado tráfico de influências apresentada pela associação "Mãos Limpas", conotada com a extrema-direita espanhola.

Em causa estão alegadas ligações de Begoña Gómez a empresas privadas, como a companhia aérea Air Europa, que receberam apoios públicos durante a crise da pandemia ou assinaram contratos com o Estado quando Sánchez era já primeiro-ministro.

Num texto publicado na rede social X, Sánchez atribuiu a investigação judicial que envolve a mulher a uma perseguição e uma campanha da direita e da extrema-direita, alimentada pelo Partido Popular (PP) e pelo Vox.

O primeiro-ministro socialista, no cargo desde 2018, disse precisar de "parar e refletir" para responder à pergunta de se deve e se vale a pena continuar à frente do Governo "apesar do lodaçal em que a direita e a extrema-direita pretendem transformar a política".

Sánchez disse que a mulher e ele próprio estão há meses a ser vítimas da "máquina de lodo" do PP e do Vox e acusou os dois partidos de "uma operação de assédio e destruição" pessoal porque não aceitam os resultados das últimas eleições e perceberam que "o ataque político não seria suficiente".

PP e Vox acusaram-no de estar a vitimizar-se e a fazer "um espetáculo" que envergonha Espanha internacionalmente para desviar as atenções de várias suspeitas de corrupção, em vez de prestar esclarecimentos.

Desde que admitiu a possibilidade de demissão, Sánchez recebeu o apoio dos partidos da 'geringonça' parlamentar que em novembro passado lhe viabilizou o atual governo e que lhe pediram para não se demitir.

Está a haver também mobilização de dirigentes e estruturas do PSOE, com manifestações públicas de apoio ao primeiro-ministro e apelos a manifestações no sábado.