Shania Twain é o nome mais reconhecível do grande público a lançar hoje um novo álbum, onde se aclama como "Queen of Me", o título do seu sexto longa-duração. Refeita da grave crise de saúde de covid-19 que a afetou, a cantora canadiana está calibrada para um ano repleto, com uma digressão extensa pela América do Norte, com um saltinho pelo meio às Ilhas Britânicas. O combinado de muita pop com pedacinhos country, que terá inspirado Taylor Swift, está lá, nesta dúzia de nova canções.
Os Young Fathers publicam hoje o seu quarto álbum "Heavy Heavy", ou mais uma série de murros no estômago de quem os ouve. Esta soul futurista com um toque industrial mantém-se perturbadora como os nova-iorquinos TV on the Radio, mas menos rocker que estes, e agora menos rapper que os primeiros álbuns do próprio coletivo escocês. Está aqui um grande abanão, a estremecer almas, por parte deste trio de MCs desavindo.
Há mais pós-punk irlandês dos dias que correm do que os Fontaines DC ou os Murder Capital. Hoje o quinteto M(h)aol lança o álbum "Attachment Styles", que tem tudo para dar que falar, com uma bravura no som tão grande quanto a da mensagem, a deitar abaixo a misogenia e os preconceitos contra os queer. A letra de 'Asking For It' devia ser usada para muitas campanhas contra a violação: "was I asking for it? Did you ask me for it?".
Há um talento r&b emergente de Inglaterra: a cantora de 25 anos Raye (Rachel Agatha Keen de seu nome), que faz uma estreia forte com o seu álbum "My 21st Century Blues", na esfera pública desde esta sexta-feira. Após mais de seis anos a preparar este trabalho, Raye mostra-se pronta para descolar para uma grande afirmação neste ano de 2023, sustentada numa estética bastante coesa e em boas canções.
Fechamos a revista aos lançamentos da semana, a lembrar também os novos álbuns de Robert Forster (um dos cérebros dos extintos The Go-Betweens), "The Candle And The Flame", e dos Go! Team, "Get Up Sequences Part Two", e ainda os EPs de Vaiapraia, "Estrelas e Trovões" e dos Korn, "Requiem Mass".
