"Summer CEmp em brasa, não se atrasa". Quem está pela Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, Açores, por estes dias, poderá muito bem cruzar-se com este grito entoado por quatro dezenas de jovens que discutem a Europa e o seu futuro no concelho mais jovem do país. Está a decorrer, até terça-feira, 30 de agosto, a quinta edição da escola de verão da Comissão Europeia.
Pela primeira vez, o Summer CEmp, organizado pela representação da Comissão Europeia em Portugal, saiu do continente e parou numa região ultraperiférica, no concelho mais jovem de Portugal, para assinalar também o Ano Europeu da Juventude e os 35 anos do programa Erasmus+.
Depois de uma pandemia e numa altura de grande incerteza económica e social, por causa da guerra na Ucrânia, razões não faltam para discussão neste fórum onde se pretende falar e apontar caminhos para o futuro da Europa, com a maior informalidade possível e sem receios.
Os problemas, soluções, a divisão do mundo ou o multilateralismo deram asas a conversas entre oradores e participantes, com a situação da Ucrânia a destacar-se. O tema da guerra foi dominante, neste primeiro dia e, com um fundo azul do oceano Atlântico, o final de tarde foi atravessado pelo testemunho do jornalista Filipe Caetano, que passou já cerca de uma centena de dias, este ano, na Ucrânia, em reportagem, por uma ucraniana que fugiu das bombas rumo à Ilha de São Miguel e pelo presidente da Associação dos Emigrantes Açorianos.
Pelo meio, um desfile de bandeiras com os participantes a circularem pelas ruas da Ribeira Grande rumo à praça do Emigrante e diversos painéis de discussão dedicados ao programa Erasmus+ que está a assinalar os 35 anos.
No vídeo pode encontrar alguns dos principais momentos do primeiro dia da edição deste ano do Summer CEmp. “Ponha aqui o seu pezinho, devagar, devagarinho, se vai à Ribeira Grande” é uma estrofe do tema tradicional dos Açores “Pezinho da Vila” e é isso que os 40 participantes, jovens universitários, que foram selecionados entre mais de 300 candidaturas, estão a fazer por estes dias.
Reportagem nos Açores de Paulo Alexandre Santos, Nuno Castilho de Matos e Jorge Jerónimo
