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Onda solidária com as mulheres americanas em Glastonbury

Resumo do que se passou no maior festival de verão do Reino Unido.

Onda solidária com as mulheres americanas em Glastonbury
Ron Rowley (EPA/Lusa)

O Festival de Glastonbury, cujo pico mediático decorreu durante este fim-de-semana, foi marcado pela vaga de declarações de músicos contra a reversão constitucional da lei Roe v. Wade, que despenalizava o aborto nos Estados Unidos.

Um dos músicos que se insurgiu em Glastonbury contra a decisão do Supremo Tribunal foi o rapper Kendrick Lamar, que, na noite passada, optou pelo simbolismo em detrimento de palavras diretas, ao encerrar o seu espetáculo ao som de 'Savior', com uma coroa de espinhos na cabeça e sangue articial a escorrer, e a frase-chave "Godspeed for women’s rights".

 

Na sexta-feira passada, Billie Eilish não deixou de comentar o retrocesso legislativo decretado em Washington, antes de fazer uma versão acústica de 'Your Power' na companhia do seu irmão Finneas: "Hoje é um dia muito sombrio para as mulheres nos Estados Unidos".

A jovem de 19 anos Olivia Rodrigo foi das mais explícitas na sua revolta com a reversão constitucional sobre a lei do aborto nos Estados Unidos, dedicando a sua versão do tema de Lily Allen, 'Fuck You', aos juízes do Supremo Tribunal que aprovaram esta alteração. "Tantas mulheres e jovens vão morrer por causa disto". Quando fez questão de nomear os nomes dos juízes do Supremo Tribunal que aprovaram esta reversão, Lily Allen estava ao seu lado, a fazer o gesto do pirete. 

 

A cantora neo-zelandesa Lorde também foi dura nas palavras, durante o seu concerto de ontem no festival inglês. Dirigindo-se às mulheres, Lorde afirmou que "os vossos corpos estavam destinados a serem controlados e tornados objetos desde que nasceram. Esse terror é o vosso direito primogénito. Mas aqui vai outro segredo. Vocês possuem força. Esse também é um direito primogénito vosso. Desafio-vos a exercitarem esse direito, porque tudo à volta depende disso. Fuck the Supreme Court”. 

 

O ativista e vocalista dos Idles, Joe Talbot, quis dedicar o tema da sua banda 'Mother' "a todas as mães e a todas mulheres e ao seu direito de optar pela maternidade”, no concerto que decorreu nesta sexta-feira no recinto do Festival de Glastonbury, no Worthy Farm.

Mas em Glastonbury, não houve só contestação. Também houve glamour. Diana para os ingleses é Lady Di, mas para esta edição do Glastonbury, é outra princesa, mais ligada à soul, falamos de Diana Ross, que mostrou o peso do seu glorioso percurso, através de temas a solo como 'I'm Coming Out' ou 'Upside Down', e de canções das Supremes, como 'Baby Love', 'Stop! In the Name of Love' ou 'You Can't Hurry Love'.

 

As Sugababes apareceram em Glastonbury com o trio original reativado - Keisha Buchanan, Mutya Buena e Siobhan Donaghy –, tendo sido um dos acontecimentos da edição deste ano.

 

Os Jesus and Mary Chain já tiveram muitas figuras femininas ilustres em palco para o breve papel de fazer coros sumidos no clássico de 1985, 'Just Like Honey'. Em Glastonbury, esse papel coube desta vez a um dos nomes do cartaz, Phoebe Bridgers, que se prepara para nos visitar, para um concerto no festival NOS Alive, em Algés, no dia 9 de julho.