Carlão estreou na Rádio Comercial - nesta página - o seu novo projeto, “Bebe-se um café, escreve-se um refrão”, em que junta dois nomes musicais da nossa praça para criarem uma nova canção.
“Beber um café é uma coisa muito tuga, mesmo que seja beber uma imperial”, pensou Carlão, em declarações às Manhãs da Comercial. Com o incentivo da produtora Radar dos Sons, candidatou-se a um fundo para a cultura durante a pandemia, propondo esta ideia do “Bebe-se um café, escreve-se um refrão”.
"Enquanto músico, mas mais como melómano, gosto de saber sobre os projetos de criação dos músicos que gosto. Tendo em conta que já estou com uma certa idade e já conheço algumas pessoas, achei que seria uma boa ideia juntar algumas pessoas no meu estúdio de Almada e propor-lhes este desafio de criar um refrão num dia”, afirmou hoje Carlão no programa da Rádio Comercial. “O que se acompanha mais é o processo de criação da melodia e da letra do cantor. Por um lado, cria alguma pressão, porque está sempre a ser filmado. Quando convido as pessoas que convido, já sei que vai dar. Mas tentei sempre parelhas de músicos que nunca tivessem trabalhado juntos. Todas as duplas [de Em “Bebe-se um café, escreve-se um refrão”], conhecendo-se ou não, nunca tinham criado música juntas. Vou sempre buscar um livro a pensar na pessoa que vai escrever a letra, que neste caso, acabou por ser a Carolina, porque acabou por haver uma troca, mas seria o Dino. No caso do Dino, foi o [José Eduardo] Agualusa. Pega-se no livro e cada um de nós – eu, o cantor e o compositor – escolhemos aleatoriamente uma palavra no meio do livro. A partir daqui, temos três palavras que vão desbloquear, ou não. A partir dali, está-se a partir pedra. Pensei que vamos dar a ideia errada de que isto é muito fácil. Não é fácil, mas este lote de convidados é tão incrível que tornou a coisa fácil”.
Seguir-se-ão estas duplas: Benjamim + António Zambujo, Tó Trips + Mayra Andrade, Pedro + Virgul, Beatbombers + Tatanka, João Nobre + Capicua e Branko + Luísa Sobral.
Os encontros de "Bebe-se um café, escreve-se um refrão" foram gravados entre agosto e outubro de 2021, em vários espaços híbridos de Cacilhas e de Almada Velha - num café-cabeleireiro e num restaurante-bar - e, claro, no próprio estúdio de Carlão. A música do genérico é criada pelo irmão e companhiero dos Da Weasel, João Nobre.
Depois de imaginar inicialmente a publicação de “Bebe-se um café, escreve-se um refrão” apenas da sua página de YouTube, Carlão percebeu que disponibilizá-lo na “plataforma” da Rádio Comercial ganha "a audiência que merece" este projeto.
Carlão lembou nas Manhãs da Comercial que “eu sou o autor, mas os protagonistas são eles”, os convidados. Quanto a frutos destas sessões que se tornem canções apostáveis, Carlão está otimista e acha "muito difícil aquela canção do Dino Santiago e da Carolina Deslandes não ir para a frente".
Sobre o concerto de regresso dos Da Weasel no festival NOS Alive, em Algés, Carlão avança que a banda já leva “seis meses de ensaios”. "Começámos três meses antes de 2020. Depois, parámos, [voltámos] uma semana ou outra. E depois estivemos mais três meses". As expetativas pessoais estão muito altas: "estamos no momento certo da vida em que cabeça e corpo se encontram. Ainda temos genica, mas com experiência. Podemos fazer aquilo que sempre fizemos, mas de uma forma melhor. Daqui a cinco a dez anos já não será assim, mas agora estamos na dose certa".
Com o tempo limitado em horário de festival de verão, "a ideia é equilibrar entre os temas que não podem faltar, que têm uma boa energia ao vivo, e aqueles de que gostamos no nosso umbigo”. "Só com uma calamidade é que não nos poderá correr bem”, tal o foco da banda neste concerto de regresso, marcado para 9 de julho, no Palco NOS (o palco maior).
