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Neil Young admite perda de 60% de receita nos streams "em nome da verdade"

Saída do Spotify foi combinada com a editora Warner Brothers - Reprise, a quem o músico agradeceu.

Neil Young admite perda de 60% de receita nos streams "em nome da verdade"
Steve Pope (EPA/Lusa)

Neil Young escreveu duas declarações no seu site oficial a propósito da remoção do seu catálogo de canções do Spotify pelo facto da plataforma manter online o popular podcast de Joe Rogan, "The Joe Rogan Experience", que o músico acusa de desinformação, a nível das teorias de conspiração sobre as vacinas contra a covid-19, que poderão estar a influenciar milhões de jovens.

Num dos textos, Neil Young diz que vai perder 60% de receitas em streaming com a saída do seu reportório do Spofity, "em nome da verdade", louvando o apoio que teve da sua editora Warner Brothers - Reprise, com quem combinou este pedido de remoção. No outro texto, o folk-rocker canadiano estende os seus elogios a outras empresas da indústria musical que se solidarizaram com a atitude de Neil Young, como a Hipgnosis e a Universal.

Neil Young pede que outros artistas e editoras discográficas se juntem a ele na remoção de música do Spotify e que “parem de permitir a desinformação fatal sobre Covid” usada na plataforma.

"Quero verdadeiramente agradecer as muitas, muitas pessoas que me vieram agradecer pela minha tomada de posição - profissionais de saúde da linha da frente, pessoas que perderam os seus próximos por causa da covid, ou que estão preocupadas com os seus filhos e os seus familiares”, escreve Neil Young.

O músico de "Rust Never Sleeps" [um dos seus álbuns mais venerados, de 1979] aproveitou para repetir outra crítica ao Spotify, por causa da falta de qualidade sonora da reprodução, quando em comparação com "outras plataformas como a Amazon, a Apple, a Qobuz, só para nomear algumas, que reproduzem a minha música em toda a sua glória de alta resolução".

A propósito desta controversa remoção da música de Neil Young do Spotify, outras plataformas de streaming como a Tidal ou a Apple Music já se solidarizaram com a decisão do músico de 76 anos, no seu combate contra a “desinformação” sobre as medidas de contenção contra a covid-19. Quer a Tidal, quer a Apple Music, lembraram os seus utilizadores sobre a existência de músicas de Neil Young nos seus serviços de streaming.

Também a estação radiofónica norte-americana SiriusXM aproveitou a polémica para recuperar o canal de streaming Neil Young Radio, onde o guitarrista e organista conta algumas histórias por trás das suas canções.

O Spotify anuiu ao pedido de remoção das músicas de Neil Young do seu serviço, desejando um "regresso em breve" à sua plataforma.

O podcast de Joe Rogan, "The Joe Rogan Experience", acumula milhões de reproduções. O comediante assinou um contrato de cerca de 100 milhões de dólares (cerca de 88 milhões de euros) com o Spotify no ano passado, mas é acusado de ser um veículo que vende teorias da conspiração e desinformação, especialmente sobre a covid-19. O também especialista em artes marciais é acusado de ter desencorajado a vacinação entre os jovens e de ter influenciado o uso de Ivermectina, um medicamento não autorizado contra o vírus e utilizado também em animais.