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Promotor da petição recusa fim da ciclovia na Almirante Reis

Com quase três mil assinaturas, a petição tem o propósito de "discutir o futuro da Almirante Reis, para aumentar a qualidade de vida de quem vive, estuda ou trabalha nesta zona".

Promotor da petição recusa fim da ciclovia na Almirante Reis
CCapela

Um dos promotores da petição pela ciclovia na Avenida Almirante Reis, em Lisboa, recusou hoje a possibilidade de acabar com esta infraestrutura de mobilidade ativa, inclusive o uso de bicicletas e trotinetes, ressalvando, no entanto, que pode ser melhorada.

"Se admitimos que deixasse de existir uma ciclovia na Almirante Reis? Não, eu acho que não admitimos. Nós também não pedimos o fim da circulação automóvel na Almirante Reis, nem da circulação pedonal", afirmou Miguel Pinto, um dos promotores da petição "Avenida Almirante Reis pela manutenção da ciclovia e um processo participado sobre o futuro".

No âmbito de uma audição na Comissão de Mobilidade, Transportes e Segurança da Assembleia Municipal de Lisboa, Miguel Pinto começou por dizer que vive numa rua paralela à Avenida Almirante Reis e que utiliza a bicicleta de forma regular desde a construção da ciclovia, mas também é automobilista e utente dos transportes públicos: "Consigo entender os argumentos das várias partes e não há aqui uma posição extremada, que muitas vezes existe essa acusação sobre quem anda de bicicleta".

Com quase três mil assinaturas, a petição tem o propósito de "discutir o futuro da Almirante Reis, para aumentar a qualidade de vida de quem vive, estuda ou trabalha nesta zona", referiu o promotor, realçando o papel da Assembleia Municipal de Lisboa nesta discussão.

"Essa ciclovia permite-nos perceber que é possível ter uma outra Almirante Reis e na verdade uma outra cidade também, onde as pessoas têm mais espaço", destacou o promotor da petição, realçando ainda a acalmia de tráfego e o combate às alterações climáticas.

Apresentando dados do centro de investigação do Instituto Superior Técnico (IST), produzidos para a Câmara de Lisboa, sobre o impacto desta ciclovia, entre maio de 2020 e maio de 2021, o peticionário indicou que o número médio de bicicletas e trotinetas a circular na Almirante Reis "triplicou, ou seja, a construção da infraestrutura gerou ou induziu a própria procura".

"Mesmo com a atual intervenção, os automóveis continuam a ter mais de 60% do espaço da Almirante Reis em exclusividade, apesar de a maior parte das pessoas que passam à superfície na Almirante Reis circular a pé", informou Miguel Pinto, acrescentando que as pessoas que circulam em cadeiras de rodas começaram a utilizar as ciclovias, pelo que a discussão também inclui a acessibilidade pedonal, assim como a sinistralidade.

Como próximos passos no processo de discussão, o promotor da petição propôs que seja solicitada à Câmara de Lisboa a disponibilização de documentos relevantes, inclusive o relatório do IST com contagens de tráfego nas ciclovias e o parecer do Regimento Sapadores Bombeiros sobre a circulação de veículos de emergência.