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Gripe mantém-se residual mas futuro preocupa

Pneumologista acredita que este inverno não vai trazer sobressaltos mas alerta que depois da pandemia a gripe pode estar mais agressiva.

Gripe mantém-se residual mas futuro preocupa

A pandemia de covid-19 continua a manter a atividade gripal em níveis muito baixos. Carlos Robalo Cordeiro, especialista em Pneumologia e presidente da European Respiratory Society - sociedade científica global dedicada à investigação e formação em torno das patologias respiratórias - explica que as medidas de proteção travam a propagação da gripe, em especial o uso de máscara, mas também o distanciamento e a higiene frequente das mãos.

Robalo Cordeiro aponta ainda os factores meteorológicos, com um inverno até agora moderado, e a alta taxa de vacinação contra a gripe como "travões" da propagação de influeza.

O especialista em Pneumologia, que é também diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, sublinha que a evolução da pandemia, com o aumento de novos casos de Covid-19, vai obrigar a manutenção das medidas de proteção nos próximos meses e por isso este ano a gripe deve voltar a não ter atividade expressiva.

Ainda assim o especialista alerta que o regresso a uma época "normal" de gripe pode ser mais agressiva para os grupos de risco, tendo em conta a perda de "imunidade natural" por falta de exposição ao vírus durante os anos de pandemia. Robalo Cordeiro sublinha que a estirpe H3N2, que já foi identificada este ano em Portugal e noutros países da Europa, é mais agressiva e foi já responsável por um pico de gripe em 2016. Ainda assim o pneumologista lembra que a resposta famacológica é eficaz e evolui pertante os desafios e por isso a vacinação continua a ser melhor resposta contra a gripe.

Os dados do Instituto de Saúde pública Dr. Ricardo Jorge mostram que na primeira semana do ano a atividade gripal foi residual, sem internamentos nos hospitais.