Após sete dias de tensão, queixas, críticas e acusações ao Governo, regressam, na semana que começa hoje, as negociações com os partidos da esquerda, PAN e deputadas não inscritas sobre o Orçamento do Estado de 2022 (OE2022).
No sábado à noite, um dia depois de ter recebido delegações partidárias no Palácio de Belém, em Lisboa, o Presidente da República afirmou que fez em público e privado o que podia para prevenir junto dos partidos uma crise política.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que espera diálogo sobre o Orçamento nos próximos dias, entre Governo e partidos, e sublinhou: "O cenário não só mais desejável, mas mais natural é não haver crise política."
No domingo, ao fim da manhã, o Governo fez saber que quer reunir-se com todos os partidos com quem tem negociado a viabilização do Orçamento e que pediu ao Bloco de Esquerda (BE) que envie o conteúdo e os termos do acordo escrito proposto.
À tarde, o BE informou que vai enviar ao Governo propostas de articulado de nove pontos negociais colocados em cima da mesa no início de setembro.
A data das reuniões do Governo com os partidos ainda não tem data nem hora marcadas.
A votação na generalidade do Orçamento - que, se não tiver alterações, tem o voto contra do PCP, BE e PEV - está agendada para dentro de 10 dias, em 27 de outubro.