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De que clubes são os músicos nacionais

Levantamento das inclinações clubísticas dos nomes maiores da nossa praça.

De que clubes são os músicos nacionais
FPF

A poucos dias de mais um Europeu de Futebol (que decorre entre 11 de junho e 11 de julho), aproveitamos para recuperar o levantamento das filiações clubísticas dos músicos nacionais. Amanhã fazemos a revista das preferências clubísticas dos músicos estrangeiros.

A nível dos clubes maiores da capital, o Benfica vê a sua expansão exemplificada na enorme diversidade de músicos que nutrem afectos pelo emblema da águia. O mais afirmativo tem sido António Manuel Ribeiro (dos UHF), que chegou a compor a música oficial Sou Benfica. Mas os seus correligionários dentro da classe musical são numerosos: os irmãos Carlão e João Nobre (dos Da Weasel), Tim dos Xutos & Pontapés (tal como o mítico Zé Pedro), Paulo Gonzo, Paulo de Carvalho, Salvador Sobral, António Zambujo, Fernando Tordo, Carlos Alberto Moniz e a filha Lúcia, Paulo Furtado (vulgo Legendary Tigerman), Camané, parte substancial dos músicos vindos da FlorCaveira e da Amor Fúria (incluindo Tiago Guillul, Samuel Úria ou Jacinto Lucas Pires d'Os Quais), Luis Varatojo (ex-Peste & Sida ligado hoje à Luta Livre), Pedro Gonçalves (dos Dead Combo), John Gonçalves (dos Gift), João Gil (ex-membro dos Trovante e da Ala dos Namorados), Os Anjos, e homens do norte como Tozé Brito, Demo (dos Expensive Soul) e André Indiana são alguns dos muitos músicos de inclinação benfiquista. Também músicos norte-americanos cá residentes se renderam ao emblema da águia ao longo da sua residência na capital portuguesa, como Madonna (por causa do filho David Banda que jogou nas camadas juvenis do Benfica) e Panda Bear dos Animal Collective (ao ponto de publicar uma música sua de nome 'Benfica').

A vastidão de músicos sportinguistas dá a devida noção de grandeza do clube leonino. João Braga tem sido um dos mais indefectíveis das cores verde e branca, numa legião que tem como parceiros de paixão clubística Simone de Oliveira, Sérgio Godinho (que chegou a ser um dos comentadores desportivos do programa Trio D' Ataque, da RTPN), Miguel Ângelo (dos Delfins), Pedro Oliveira (vocalista dos Sétima Legião e dos Cindy Kat), Diogo Piçarra, Rita Redshoes (sobrinha do famoso olheiro leonino Aurélio Pereira), Tó Trips (dos Dead Combo), Gomo, Nuno Gonçalves (líder dos Gift e dos Amália Hoje), Armando Teixeira (dos Balla e Bulllet), Jorge Fernando, António Pinto Basto, Valete (conhecido pelo manifesto anti-Paulo Bento), Joana Amendoeira, Melo D, Boss AC ou Virgul (dos Da Weasel e dos Nu Soul Family).

Engane-se quem pense que o Belenenses está pouco representado entre os músicos. O recém-falecido Carlos do Carmo, a família Câmara Pereira, João Pedro Pais, Luís Represas, Pedro Barroso, Frankie Chavez ou o vocalista dos You Can't Win, Charlie Brown, Afonso Cabral, sofrem ou sofreram pelo clube da Cruz de Cristo, o emblema de eleição da ‘rainha do fado’ Amália Rodrigues.

O clube da Cidade Invicta com mais apoiantes entre os músicos é, sem qualquer dúvida ou surpresa, o Futebol Clube do Porto. De tal maneira, que chega a colher a unanimidade dentro de vários colectivos, como os rockeiros Blind Zero ou os hip-hoppers já separados Mind Da Gap (Ace tem até um dragão tatuado no braço esquerdo). Rui Reininho dos GNR, os Dealema, Jimmy P, a rapper Capicua, o letrista Carlos Tê e Kalú (baterista dos Xutos) são também adeptos portistas assumidos. E a sul, o Futebol Clube do Porto também conquista também alguns corações, incluindo o de Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, e Pedro Tatanka, o homem da frente de palco dos Black Mamba.

Entre os músicos boavisteiros, os dados estatísticos são bem menos significativos, destacando-se João Loureiro (vocalista dos Ban e ex-presidente do emblema axadrezado), Miguel Araújo e, de forma mais desligada, Rui Veloso.

Virando agulhas para cidades de menor dimensão, neste caso para Braga, as identidades bracarense e braguista confundem-se cada vez mais, a julgar pela adesão dos músicos locais. A ala dos Mão Morta que reside na Cidade dos Arcebispos (que inclui o vocalista Adolfo Luxúria Canibal e o baterista Miguel Pedro, também dirigente braguista) e os músicos dos peixe : avião e Smix Smox Smux foram tendo uma queda pelo Sporting de Braga.

Já em Coimbra, a Académica tem a palavra: Kaló, líder dos Bunnyranch, é um dos adeptos mais zelosos da Briosa. A Académica, conhecida também pelas simpatias junto da classe política e literária que estudou na cidade do Mondego, tem também a preferência diplomática de um imprevisível forasteiro: Pedro Abrunhosa.

Em Vila do Conde, manda o Rio Ave. Paulo Praça (ex-Turbojunkie e ao serviço dos Gift) e toda a banda indie Sensible Soccers sofrem pelo clube alvi-verde. Os Sensible Soccers chegam mesmo a dedicar o título de um dos seus temas, 'Sob Evariste Dibo', à estrela costa-marfinense dos anos 90 da equipa nortenha. Com as cores verticais verdes, mas também amarelas, Samuel Úria, já referido como benfiquista, sofre pelo Tondela.

Texto inicialmente publicado em 2010 e progressivamente atualizado.