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Marilyn Manson: relato de uma relação numa casa de terror

Ex-companheira Ashley Morgan Smithline acusa rocker de violação, de facadas, de aprisionamento e de culto ao nazismo.

Marilyn Manson: relato de uma relação numa casa de terror
Amy Harris/Invision/Associated Press

A modelo Ashley Morgan Smithline é mais uma mulher a denunciar o suposto comportamento opressivo e sexualmente abusivo do rocker Marilyn Manson, na entrevista que deu à revista People. Smithline junta-se a outras ex-companheiras íntimas de Manson, como as atrizes Evan Rachel Wood e Esmé Bianco, além de outras mulheres, que fazem uma descrição grave do comportamento sexual do rocker.

Ao início, Ashley Morgan Smithline sentiu-se seduzida pela "inteligência" de Marilyn Manson, que "conversava sobre Tolstoy, Nabokov e filmes estrangeiros" com a modelo. Smithline estava a par da música de Marilyn Manson, embora não fosse fã, mas não fazia ideia na altura do seu fascínio por sexo sado-maso.

Ashley Morgan Smithline diz ter entrado num encadeamento íntimo com Manson que a levou a ser violada. "Há uma diferença entre acordares com alguém com quem fizeste sexo delicadamente durante a manhã e acordares amarrada com alguém a fazer sexo com o teu corpo inconsciente, amordaçada, a gritar e a não gostar, e com ele a rir sadicamente e a tapar a minha boca". A primeira situação de abuso de Manson que a modelo relata corresponde a essa descrição, em que Ashley Morgan Smithline diz ter acordado com os braços atados e a ser penetrada, contra sua vontade. "Ele não parava de me dizer que 'não se pode violar alguém por quem se está apaixonado'". Ashley Morgan Smithline recorda que o comportamento de Marilyn Manson era variável: "às vezes era brincalhão e divertido, outras vezes tornava-se no monstro mais aterrador do mundo". "Dizia-me coisas como: 'tens noção de que te posso matar já neste momento?’'".

Os golpes com faca eram outra ação que Smithline relata e que punham à prova a sua submissão. Segundo a modelo, Marilyn Manson cortou-lhe as costelas para cicatrizar as iniciais do rocker [foto que está publicada na People]. E usou uma faca para um pacto de sangue. "Cortou-me no meu estômago e bebeu o meu sangue. E depois pôs-me a beber o dele".

Ashley Morgan Smithline fala também de outra violência física por parte de Brian Warner [o nome civil de Marilyn Manson], como o nariz partido durante uma violação. Sempre que a modelo o desafiava, era fechada numa zona de castigo com vidro com isolamento acústico no quarto de Marilyn Manson. Smithline diz ter sido fechada mais de 100 vezes no tal anexo envidraçado, numa delas terá chegado a estar mais de 6 horas. Marilyn Manson entenderia como infração merecedora do tal castigo sempre que era contrariado nalgum dos bizarros caprichos, como o pedido que a modelo urinasse quando ele estivesse a tocar uma das suas canções.  

Há mais situações descritas por Smithline como a oferta de cocaína para a manter acordada ou a desnutrição a que se submeteu, sob o poder de Manson. A modelo, de ascendência judaica, confrontou-se ainda com o culto ao nazismo pelo rocker, como estrelas de arremesso laminadas com brasão nazi. Tal como relata, Manson cortava-a com uma faca adornada com uma suástica. 

Além de facas e estrelas de arremesso laminadas, Manson usaria chicotes para se divertir, refere a modelo. 

Através de um porta-voz contactado pela Rolling Stone, Marilyn Manson desmente as acusações de Smithline. "São tantas as falsidades proferidas que nem sei por onde poderemos começar para rebatê-las". E acrescenta que a relação não terá durado mais do que uma semana, negando que tenha perdurado entre 2010 e 2012, tal como dito pela modelo. Marilyn Manson já tinha desmentido em comunicado as acusações anteriores, incluindo da atriz Evan Rachel Wood, classificando-as como "horríveis distorções da realidade".

Esmé Bianco formalizou na semana passada uma acusação judicial contra Marilyn Manson por abuso sexual, incluindo violação. Ashley Morgan Smithline encontrou-se em setembro passado com as outras queixosas, como Evan Rachel Wood e Esmé Bianco. "Todos nós estamos convencidas de que ele queria matar-nos a todas", conclui Smithline. A modelo diz sofrer de problemas psíquicos consequentes da relação com Manson, como perturbação obsessiva-compulsiva ou transtorno de stress pós-traumático.