O Governo está a anunciar as novas medidas para a terceira fase do plano de desconfinamento que incluem o regresso das aulas presenciais no ensino secundário e superior e a reabertura de restaurantes, pastelarias, lojas, centros comerciais e parte da atividade cultural: cinemas, teatros e salas de espetáculos.
A maioria do país está em condições de avançar para a próxima fase, mas há concelhos que vão recuar no desconfinamento devido ao aumento de casos de covid-19.
Há dois critérios que definem a decisão de avançar com a reabertura do país. Desde 9 de março até 14 de abril, a evolução é ?positiva?: a incidência passou de mais de 118 casos por 100 mil habitantes a 14 dias para 69 casos. É uma ?clara redução no bom sentido?, afirmou o primeiro-ministro.
A outra variável é o ritmo de transmissão, que não tem tido uma boa evolução. O Rt era 0.78 a 9 de março, mas agora está em 1.05. ?Estamos a dirigirmo-nos para o lado perigoso da matriz?, avisou António Costa.
Outra questão importante é que mantém-se o dever geral de recolher obrigatório. António Costa pediu contenção aos portugueses na circulação e nos contactos sociais.
As regras para os voos permanecem e as fronteiras terrestres com Espanha vão continuar fechadas.
A partir de segunda-feira, 19 abril, o país entra para a terceira e penúltima fase do desconfinamento, com a reabertura das seguintes atividades e espaços:
- Ensino secundário e ensino superior presencial; Saber mais
- Cinemas, teatros, auditórios, salas de espetáculos; Saber mais (mantêm-se as regras que já tinham sido anunciadas para a reabertura)
- Lojas de cidadão com atendimento presencial por marcação; Saber mais
- Todas as lojas e centros comerciais; Saber mais
- Restaurantes, cafés e pastelarias (máx. 4 pessoas no interior ou 6 em esplanadas) até às 22h ou 13h ao fim de semana e feriados; Saber mais
- Modalidades desportivas de médio risco; Quais são?
- Atividade física ao ar livre até 6 pessoas e ginásios sem aulas de grupo;
- Eventos exteriores com diminuição de lotação;
- Casamentos e batizados com 25% de lotação. Saiba mais
Apesar das boas notícias para a maioria do país, há concelhos que não avançam para a próxima fase e há outros que até recuam devido ao aumento do número de infeções.
6 concelhos não avançam para a próxima fase do desconfinamento:
Estão nesta situação porque se encontram acima dos 120 casos por 100 mil habitantes. Alandroal, Albufeira, Carregal do Sal, Figueira da Foz, Marinha Grande e Penela mantêm as regras da fase atual (2.ª fase do desconfinamento), ou seja, não avançam para a 3.ª e próxima fase do desconfinamento na segunda-feira.
Estes concelhos têm "duas avaliações sucessivas em situação de risco".
Inicialmente, Beja estava nesta lista mas a Direção-Geral de Saúde corrigiu os dados na sexta-feira, baixando a incidência no município.
4 concelhos que recuam à 1ª fase:
Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior que têm atualmente 240 casos por 100 mil habitantes vão recuar à fase anterior, ou seja, à 1.ª fase que vigorava a 15 de março. As esplanadas voltam a fechar nestes concelhos, as lojas que reabriram a 5 de abril só podem vender ao postigo, os ginásios, museus e similares têm de encerrar a partir de segunda-feira.
"Não basta não passarem para a fase seguinte (do desconfinamento), é necessário que recuemos para o conjunto de regras que vigoravam antes do último desconfinamento", afirmou António Costa, numa conferência de imprensa após uma reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa.
8 concelhos que conseguiram baixar os casos já podem avançar para a próxima fase:
Borba, Cinfães, Figueiró dos Vinhos, Lagoa, Ribeira de Pena, Soure, Vila do Bispo e Vimioso. Conseguiram baixar a incidência de novos casos, depois de terem tido há 15 dias o registo acima de 120 casos por 100 mil habitantes, e por isso podem avançar no desconfinamento.
13 concelhos que têm de ter "particular atenção" para não comprometer desconfinamento:
Estes concelhos estão agora com mais de 120 casos por 100 mil habitantes e por isso têm de ter ?particular atenção? nos próximos 15 dias, avisa António Costa.
São eles: Aljezur, Almeirim, Barrancos, Mêda, Miranda do Corvo, Miranda do Douro, Olhão, Paredes, Penalva do Castelo, Resende, Valongo, Vila Franca de Xira, Vila Nova de Famalicão.
Se os casos continuarem a evoluir nestes concelhos, o desconfinamento fica em causa e podem mesmo ter de recuar como aconteceu hoje noutros concelhos do país.
