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A dois meses do Euro: e agora?

A UEFA anuncia em breve os planos finais para o Europeu... mas nesta altura há ainda muitas indefinições. Fazemos o ponto de situação.

A dois meses do Euro: e agora?
ASSOCIATED PRESS - Matthias Schrader

A cerca de dois meses do início do Europeu de futebol, são ainda muitas as dúvidas. Aliás, são mais as dúvidas dos que as certezas, principalmente em relação ao público em cada cidade-sede, nesta altura do campeonato (só para utilizar a linguagem futebolística).

Se tudo correr conforme o planeado, Portugal vai jogar na Alemanha e na Hungria, na primeira fase, com público nas bancadas. Se a UEFA seguir a orientação dos Jogos Olímpicos, sem adeptos de seleções estrangeiras

Depois de entregues os diferentes planos das 12 cidades que vão organizar o torneio - esperando que sejam mesmo 12 - a UEFA vai decidir e anunciar nos próximos dias a estratégia final, com essa certeza: quer público em todos os jogos!

Entre avanços e recuos, no meio da dúvida e da incerteza, este é o ponto de situação em relação às 12 cidades do evento que vai decorrer entre 11 de junho e 11 de julho na Europa:

 

WEMBLEY, LONDRES (INGLATERRA)

É o estádio que vai receber mais jogos do torneio (7) incluindo a final. Com o programa de vacinação avançado, o Reino Unido acredita que poderá atingir, no mínimo, 50% da lotação nos jogos de Wembley. Para tal, terá ainda como experiência as meias finais da Taça de Inglaterra (com 10 mil pessoas nas bancadas) e as últimas duas jornadas da Premier League. Serão testes importantes para avaliar o modelo utilizado em junho e julho.

 

 

SAN MAMÉS, BILBAU (ESPANHA)

O País-Basco vai receber os três jogos de Espanha da fase de grupos (o que não agrada à maioria dos espanhóis) e mais uma partida dos oitavos de final. As autoridades locais acreditam que podem preencher 1/4 da lotação do estádio do Athletic (14 mil pessoas), apesar de Espanha não receber público há mais de um ano em jogos de futebol. Recentemente, o governo rejeitou a possibilidade de haver público nas finais da Taça do Rei, em abril, o que pode ser encarado como um mau sinal. 

 

OLÍMPICO, BAKU (AZERBAIJÃO)

Tal como Bilbao, Baku vai receber quatro jogos (três do grupo A e uma partida dos oitavos de final). O governo do Azerbaijão - que muito se tem esforçado por entrar no circuito desportivo internacional - acredita que o evento poderá ter público nas bancadas, mas a ausência de espetadores no Grande Prémio de Fórmula 1 na semana anterior ao primeiro jogo em Baku não é auspicioso.

 

 

ALLIANZ ARENA, MUNIQUE (ALEMANHA)

Um dos estádios onde a nossa seleção vai jogar, e logo contra a Alemanha, seleção que vai fazer de Munique o quartel-general da primeira fase. As autoridades alemãs temem novo confinamento e já fizeram saber que estão contra a presença de muito público nas bancadas. A Bundesliga continua sem espetadores e o governo alemão tenta sensibilizar a UEFA para que a Allianz Arena (que não recebe adeptos há mais de um ano) tenha o mínimo de pessoas nas bancadas.

 

 

AVIVA STADIUM, DUBLIN (IRLANDA)

Também com quatro jogos no cartaz, tal como Munique, Dublin está com fortes receios em relação ao Europeu. As autoridades irlandesas informaram a UEFA que não estão reunidas as condições de segurança para ter a presença de espetadores. Os últimos meses têm sido marcados por fortes restrições na Irlanda, o programa de vacinação não está propriamente adiantado, e Dublin é, neste momento, a cidade com mais dúvidas (e receios) em relação a ter adeptos nas bancadas.

 

ARENA, SÃO PETERSBURGO (RÚSSIA)

Ao contrário do ceticismo irlandês e alemão, a Rússia acredita que pode ter bancadas bem compostas no Europeu. O Estádio do Zenit já recebeu 22 500 adeptos num recente jogo - com oferta de vacinas Sputnik V - e está preparado para ter 50% da lotação nos quatro jogos do evento (dois deles da seleção da casa). É essa a expetativa do governo russo, que espera chegar à imunidade de grupo no verão.

 

 

 

ARENA JOHAN CRUYFF, AMESTERDÃO (PAÍSES-BAIXOS)

Outra das cidades que apresentou um plano otimista para o Euro2020. O governo dos Países-Baixos espera receber, pelo menos, 12 mil espetadores por cada um dos quatro jogos (três deles com a equipa da casa) da competição. O campeonatos neerlandês começou com público nas bancadas mas foi forçado a fazer marcha-atrás no processo e teve, recentemente, alguns testes positivos, caso do jogo da seleção com a Letónia, a contar para a qualificação para o Mundial. 

 

OLÍMPICO, ROMA (ITÁLIA)

O estádio que assiste ao arranque do Europeu, no dia 11 de junho, vai ter público. O governo italiano apresentou um plano que contempla a garantia de soluções para ter adeptos nas bancadas, estando totalmente disponível para cooperar com a UEFA nesse sentido. O Olímpico, que vai receber quatro jogos e serve de base à seleção da casa, tem capacidade para mais de 70 mil pessoas, mas não é de esperar mais de 25, 30 mil por jogo... num país que também não tem tido adeptos nas bancadas ao longo dos últimos meses.

 

ARENA, BUCARESTE (ROMÉNIA)

Com capacidade para 55 mil pessoas, a Arena Nacional acredita que pode chegar aos 13 mil adeptos nas bancadas, mas as dúvidas são também muitas. A Roménia está numa situação delicada e só um eficaz programa de vacinação até ao verão poderá legitimar a ambição dos responsáveis romenos, com os tais 25% de adeptos nos quatro jogos do evento (três da fase de grupos e um dos oitavos de final).

 

 

 

PARKEN, COPENHAGA (DINAMARCA)

O mais pequeno dos doze recintos não tem dúvidas: vai ter público nos três jogos da fase de grupos. Com capacidade para 38 mil espetadores, as autoridades dinamarquesas acreditam que pelo menos 12 mil  - equivalente a quase 1/3 - vão apoiar a Dinamarca, que tem como base o Parken, na capital. 

 

HAMDEN PARK, GLASGOW (ESCÓCIA)

Expetativa elevada na Escócia, não só com o regresso a um Europeu 25 anos depois, mas também por poder receber dois jogos da fase de grupos em Glasgow.... e com público! É, pelo menos, essa a expetativa das autoridades locais, que não querem perder a oportunidade de ver a sua seleção ao vivo. Para tal, acreditam que o plano de vacinação vai ser de enorme ajuda, mas ainda com reservas. Os escoceses vão às urnas um mês antes do Europeu e a situação pandémica está a colocar muitas reservas sobre a presença de adeptos nas bancadas. Uma das maiores incógnitas ainda...

 

 

 

PUSKAS ARENA, BUDAPESTE (HUNGRIA)

É o estádio que mais vamos ouvir falar na primeira fase, já que recebe a seleção de Portugal nos jogos com Hungria e França. A cidade de Budapeste tem mostrado disponibilidade para servir de plano B à UEFA para jogos da Champions, como aconteceu recentemente, e quer mostrar capacidade organizativa para receber 1/4 da lotação nos quatros jogos do Europeu. Com capacidade total para 67 mil pessoas, a Puskas Arena perfila-se ainda como alternativa válida para receber mais jogos, em caso de desistência de alguma das onze cidade.