Kim Kardashian West e várias celebridades "congelaram" as suas contas no Instagram e no Facebook esta quarta-feira, por 24 horas, em protesto contra o "ódio, a propaganda e a desinformação".
Assim, juntam-se à campanha norte-americana #StopHateForProfit, lançada em junho por ativistas dos direitos civis, exigindo que o Facebook, dono do Instagram e Whatsapp, implemente medidas mais restritivas contra conteúdos de ódio e desinformação nas plataformas.
Kim Kardashian anunciou a decisão na sua conta de Instagram dizendo que a "desinformação partilhada nas redes sociais tem um impacto sério".
Kardashian sublinha que não pode mais "manter o silêncio enquanto estas plataformas continuam a permitir a disseminação de propaganda de ódio e desinformação."
In support of the #stophateforprofit movement, @Skims will be going dark on our brand Instagram and Facebook accounts tomorrow. We will also be pushing the launch of our new Maternity collection by a day to Thursday September 17 at 9am.
— Kim Kardashian West (@KimKardashian) September 15, 2020
Jennifer Lawrence, Leonardo DiCaprio, Katy Perry, Ashton Kutcher e Sacha Baron Cohen são outras celebridades que juntaram-se à campanha, alguns dos quais já se tinham pronunciado sobre o assunto.
A cantora Katy Perry afirmou, através de uma publicação no Instagram, que não poderia "fechar os olhos a grupos e publicações que espalham desinformação odiosa".
O ator Ashton Kutcher aponta no seu Instagram que "estas ferramentas não foram construídas para espalhar o ódio e a violência".
These tools were not built to spread hate, violence, and misinformation, but when companies and individuals benefit from these behaviors, financially or otherwise, it becomes their responsibility to mitigate the unintended utilization. #StopHateForProfit https://t.co/s54jmjfmRg
— ashton kutcher (@aplusk) September 15, 2020
Ao receber um prémio numa conferência organizada pela Anti-Difamation League (Liga Anti-Difamação) em 2019, o ator e comediante Sacha Baron Cohen afirmou que se Hitler tivesse publicado anúncios "sobre o problema judaíco" que o Facebook "o teria deixado", sugerindo que "se alguém pagar, o Facebook transmitirá toda a publicidade 'política' que essa pessoa quiser, mesmo que contenham mentiras".
Além de celebridades, milhares de empresas como a Adidas e a Colgate juntaram-se à campanha, noventa das quais "congelaram" as suas contas esta quarta-feira e por 24 horas.
#StopHateForProfit é organizada por vários grupos em defesa dos direitos civis que acusam o Facebook e o Instagram de não fazer o suficiente para combater o "discurso de ódio" e a desinformação.
Os grupos afirmam que esta operação vem a propósito das eleições americanas, que desde 2016 têm gerado polémica para o Facebook por causa do aumento de desinformação na plataforma e o fornecimento ilegal de dados pessoais para campanhas eleitorais. Desde então, alguns países têm formado comités para analisar o papel da empresa na democracia.
Desde junho que Facebook tem anunciado várias medidas para combater a desinformação, prometendo marcar conteúdos prejudiciais ou enganosos, proibir anúncios que promovam a ideia que pessoas de certas "raças, etnias, origens nacionais, afiliações religiosas, castas, orientações sexuais, ou identidade de género" são perigosas para a sociedade.
A propósito das eleições dos EUA deste ano, Mark Zuckerberg afirmou, numa publicação em junho, que o "Facebook vai tomar as medidas necessárias para que todos se sintam seguros e informados."
O grupo ativista afirma que as medidas tomadas até agora "não são suficientes para proteger a democracia".
A BBC refere que no ano passado o Facebook adquiriu $70 mil milhões de dólares (59 mil milhões de euros) em anúncios publicitários.