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The Gray Man com Diogo Beja

O nosso Diogo Beja foi à ante-estreia do filme The Gray e conta-nos tudo neste artigo, sem spoilers!

Cresci a ver Bond. Mais Moore, menos Connery. Mais Brosnan, menos Dalton. E depois.. Craig. (Pobre Lazenby, eu até gosto dele!) "SPECTRE" foi uma desilusão, depois de uma série de filmes bem construídos e com o equilíbrio perfeito entre corte com o passado e o recurso às "old ways".

Virei-me então para Hunt. Ethan Hunt. Não fui, de certeza, o único. Tom Cruise jogou para a frente a bola que lhe chegou aos pés em 1996 e foi marcando com a baliza quase aberta. Nada impossível, "Fallout" levou-me ao cinema quatro vezes. O mesmo número de vezes que "No Time to Die" de 007. Pazes feitas com o género espionagem de acção.

Mas agora, esqueça os gadgets. Pense em espionagem de alto nível (Le Carré ficaria orgulhoso) e acção que não pára. Já chega, não pense mais! E agarre-se à cadeira da sala de cinema para duas horas que passam a correr ao lado de Ryan Gosling em "The Gray Man - Agente Oculto".

Imagine que foi preso por homicídio. Cometeu-o porque não tinha alternativa. Um dia, do nada, surge uma alternativa: um agente da CIA (Billy Bob Thornton) quer recrutá-lo para o programa Sierra e executar missões marginais que a CIA não pode oficialmente executar. Se aceitar, sai da prisão imediatamente. Gosling (Sierra Seis) aceita. Anos mais tarde, é surpreendido no desenrolar de uma missão, fica na posse de material comprometedor para a agência e torna-se automaticamente num alvo.

Essa missão é chefiada pela personagem de Ana de Armas (Dani Miranda), que se vê envolvida na trama e precisa de Seis para provar a sua inocência. Ana já provou ter as Armas necessárias para estes papéis. Quem ficou a desejar mais depois da fulgurante participação em "No Time to Die" (Bond, novamente) tem agora o tira-teimas. E ela não desilude. Para Gosling, é um reencontro com Ana de Armas depois de "Blade Runner 2049".

Falemos de reencontros. Os irmãos Russo (Anthony e Joe) reencontram aqui o seu velho amigo e protagonista de alguns dos melhores filmes do universo cinematográfico da Marvel, Chris Evans. De Capitão América, Evans tem aqui muito pouco.. a começar pelo bigodinho, que me lembrou muito de Henry Cavill em "Fallout" (Missão Impossível, mais uma vez). É um bigode igualmente irritante, mas não está ao nível em tamanho e carácter - características que acabaram por ser um problema até para o Super-homem na altura. Chris Evans é Lloyd Hansen, um antigo agente da CIA com métodos muito questionáveis, que se virou para o sector privado. É um mercenário. Um torturador profissional. É ele o contratado pela CIA para apanhar Seis e recuperar a informação comprometedora. E acredite que ele vai fazer de tudo para o conseguir!

Os Russos reuniram a equipa que os ajudou a escrever os filmes do Capitão América e, obviamente, o final da fase 3 da Marvel - "Guerra do Infinito" e "Endgame" - e o resultado é uma história sólida, envolvente e com um ritmo alucinante! As cenas de acção são extenuantes para quem vê (tente sair do cinema sem uma contratura) e têm pormenores deliciosos, imaginados por quem quer surpreender o público e revelar cenas de acção (e são muitas, acredite!) inovadoras e intensas, mas desta vez sem super-heróis pelo meio. Lá pelo meio, há um "cameo" de Joe Russo, como já é habitual.

Esta não foi só mais uma quinta-feira - quando vir o filme, vai perceber a referência. Esta foi a quinta-feira em que estreou "The Gray Man". Já nos cinemas, com a Comercial.