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James Cameron: "Titanic provou que um filme pode ter 03h15 de duração"

25 anos depois da estreia, o filme de 1997 está de volta ao grande ecrã

Ainda se lembra onde estava quando viu “Titanic” pela primeira vez? Pode repetir a experiência quando o filme voltar a ser exibido nas salas nacionais e em 3D. O re-lançamento faz parte de uma campanha mundial lançada por James Cameron e serve para assinalar 25 anos sobre a sua estreia.
 
Há dias, o realizador juntou-se a Jon Landau, produtor do filme e colaborador de longa data, para uma conferência de imprensa virtual onde a Rádio Comercial marcou presença. Os dois conversaram sobre a produção do filme que juntou Leonardo DiCaprio a Kate Winslet e que ganhou 11 Óscares dos 14 para que estava nomeado.
 
O filme é um dos mais bem sucedidos de sempre e é tido como aquele que mudou o paradigma do blockbuster – o sucesso de bilheteira.  “Titanic provou que um filme pode ter 03h15 de duração”, declara james Cameron que atribui o sucesso do filme em 1997 e em 1998 à vontade de as pessoas quererem repetir a experiência. Não só o espectador quer voltar a rever o filme e a repetir emoções, como “quer partilhar essa experiência com outras pessoas. O cinema é um elo de ligação. É um compromisso”, acrescenta.
 
O Titanic conta a história de amor entre Rose e Kate a bordo do maior navio de sempre, supostamente inafundável, mas que acaba no fundo do mar na viagem inaugural. James Cameron revelou nesta conferência de imprensa o que o levou a querer fazer este filme. O seu fascínio pelo fundo do mar já era conhecido de todos graças ao filme “O Abismo” de 1989, mas quando viu “A Tragédia do Titanic” de 1958, um filme a preto e branco de Roy Ward Baker, surgiu-lhe uma ideia: “fazer uma espécie de “Romeu e Julieta” no Titanic”. E foi isso que disse aos executivos da 20th Century Fox.
 
Com a ideia aprovada, começou a busca pelos protagonistas. Kate Winslet foi ao casting e fez de tudo para ficar com o papel, mas James Cameron estava receoso. A atriz já tinha feito alguns filmes de época como “Sensibilidade e Bom Senso” e “Hamlet”, e já lhe chamavam “Corset Kate” – a Kate do corpete. Para a relutância ser maior ainda, uma das cenas mais impactantes de “Titanic” é quando Rose tem de se enfiar num corpete, com grande custo. Mas Kate Winslet estava decidida a ficar com o papel ao ponto de “enviar uma rosa com o bilhete que dizia ‘Eu é que sou a tua Rose’”, relembra o realizador. Já Leonardo DiCaprio precisou de ser convencido. Cameron recorda que ele queria um papel desafiante depois de “Gilbert Grape” e “Grito de Revolta”. “Tive de lhe mostrar que Jack era o elemento mais emocional do casal e que era a partir dele que Rose iria crescer. Foi quando o convenci do desafio que seria fazê-lo que ele se interessou”.
Depois de uma leitura de texto experimental entre os atores, a escolha estava feita. “Não sou parvo. Eu conseguia ver a química entre os dois e a Kate só me dizia ‘É ele! É ele!’”, recorda Cameron.
 
E se fosse? O que James Cameron faria de diferente? O realizador assegura que usaria toda a tecnologia disponível para não ter de fazer cenários tão grandes, mas a história seria a mesma: “[Mostrar que] “as mulheres podem atingir o seu potencial e que há homens que se preocupam com isso.”
 
“Titanic” regressa aos cinemas a 09 de fevereiro, bem a tempo do dia dos Namorados. Em 1998, a venda de bilhetes disparou nos Estados Unidos no mesmo período. Os 11 Óscars© viriam depois.
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