"Fiquei a olhar para o computador e comecei a chorar. As lágrimas caíam-me"

Era uma vez, um rapaz chamado Pedro Ribeiro. Sabia o que queria ser. Desde miúdo. Decidido e apaixonado por rádio, sem curso superior, sem cunhas. Só havia uma coisa a fazer. Arregaçar as mangas e ir à luta.

A criatividade esteve sempre lá. Desde o dia em que Pedro Ribeiro abriu um noticiário com um poema, até chegar a Diretor da Rádio Comercial:

“Quando me fizeram Diretor da Rádio Comercial, eu estava na praia e ligaram-me:

- Olha, tens de vir cá a uma reunião.

- Mas é uma reunião com quem?

- Ah… é uma reunião com o António Craveiro (Administrador da Rádio Comercial na altura).

- Mas reparem… eu apresento-me aqui de calções de banho e havaianas.

- Mas vem como estás.”

Correu tudo bem. Mesmo sem fazer a mínima ideia do que era preciso, para ser Diretor de uma estação.

Começou com uma certeza: “A minha primeira bandeira quando cheguei à rádio foi: falem como as pessoas falam! Eu não quero locutores. Vocês estão a falar com pessoas”. Pelos vistos deu resultado.

Passado algum tempo, o grupo Media Capital foi comprado pela Prisa. Na reunião com o novo acionista, D. Manuel Polanco perguntou: “Quem é o Diretor da Rádio Comercial e qual a sua missão?”

“Eu estou aqui porque quero que a Rádio Comercial seja líder de audiência. E quando eu disse isto, aquilo que se ouviu, ao contrário do que eu esperava e do que aconteceria num filme, a sala não aplaudiu. O que se ouviu foi gente a rir”.

E realmente teve graça. Teve mais graça ainda a 12 de Julho de 2012: “foi o dia em que o céu e a terra mudaram de lugar… aparece o mail das audiências e a ordem estava invertida. Estava em primeiro a Rádio Comercial, e em segundo a outra. E eu fiz F5 para aí 27 vezes, para ver se não era um bug. E não havia bug nenhum. Fiquei a olhar para o computador e comecei a chorar. As lágrimas caíam-me”

E nesse dia, nesse momento, nesse preciso instante passa-lhe tudo pela cabeça: as pessoas com quem trabalha e trabalhou, a dificuldade que foi chegar até ali, momentos bons, maus… tudo!

E confirmou o que já sabia: “A ideia de que todos precisam de todos, é uma coisa que eu gosto que esteja presente na cabeça de toda gente”.

Esta é só a versão curta da história, até porque… “A rádio deu-me tudo… ao dia de hoje, da maneira como funciona a sociedade, e como isto tudo funciona, não era improvável, era impossível acontecer um Pedro Ribeiro”. A verdade é que está cá. E como Diretor da rádio nº 1 em Portugal.

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